Perseguição

EUA cancelam visto da presidenta do PSOL

Paula Coradi tem entrada nos EUA suspensa; decisão gera críticas sobre caráter político da medida.

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
A presidenta do PSOL, Paula Coradi – Divulgação

A presidenta nacional do PSOL, Paula Coradi, teve o visto americano cancelado pelo governo de Donald Trump, conforme comunicado oficial do consulado dos Estados Unidos em São Paulo nesta semana.

O consulado alegou ter recebido informações que a tornariam inelegível para entrar no país, mas não detalhou os motivos da decisão.

O cancelamento baseou-se na seção 221(i) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite revogar vistos mesmo após a emissão. A dirigente recebeu três dias úteis para apresentar explicações, mas, após sua resposta, o consulado confirmou a decisão, alegando falta de elementos suficientes para comprovar a elegibilidade de Coradi.

Em nota, Paula Coradi afirmou ter recebido a notícia com surpresa, ressaltando que não possui antecedentes criminais nem envolvimento em atividades ilícitas. Ela destacou que sempre forneceu informações verídicas em seus pedidos de visto e classificou a medida como de caráter político, associando-a à postura do PSOL em defesa da soberania nacional.

A dirigente havia obtido visto em 2018 e novamente em 2025, após extravio do passaporte. Neste ano, viajou a Chicago para compromissos políticos. Coradi alerta que o cancelamento pode prejudicar futuras agendas de articulação nos Estados Unidos, embora não tenha interesse em utilizar o visto para turismo.

O caso se insere em um contexto de medidas semelhantes adotadas pelo governo Trump desde 2023. Entre os afetados estão sete ministros do Supremo Tribunal Federal, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e familiares do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, incluindo a filha de 10 anos.

Para obter um novo visto, Paula Coradi precisará iniciar o processo regular do consulado americano. O órgão informou que não aceitará pedidos de revisão da decisão, consolidando a suspensão de forma definitiva. Especialistas em relações internacionais avaliam que a medida tem potencial de gerar tensão diplomática e reforçar críticas sobre o uso político de instrumentos administrativos em restrições de mobilidade internacional.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.