Silêncio sobre Genocidio

Frente Evangélica acusa Lula de antissemitismo por apoiar ação da África do Sul contra Israel

Bancada diz que presidente distorceu o significado de genocídio e omitiu os desafios enfrentados pelos palestinos

Lula - Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Lula - Foto: Ricardo Stuckert/ PR

As Frentes Parlamentares Evangélicas do Congresso Nacional e do Senado Federal divulgaram uma nota conjunta nesta sexta-feira (12), acusando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de antissemitismo. A bancada se refere ao apoio do governo brasileiro à iniciativa da África do Sul de levar o caso das ações de Israel na Palestina à Corte Internacional de Justiça (CIJ).

O que você precisa saber:

  • Frente Evangélica acusa Lula de antissemitismo por apoiar ação da África do Sul contra Israel.
  • Bancada diz que presidente distorceu o significado de genocídio e omitiu os desafios enfrentados pelos palestinos.
  • Nota reafirma o respeito aos compromissos internacionais de Israel, mas não menciona a resposta considerada desproporcional do país.

No comunicado, as Frentes Parlamentares expressam preocupação com a alegada distorção do significado de genocídio e da convenção internacional pela África do Sul, omitindo os desafios enfrentados pelos palestinos.

“Uma ação como esta deveria ter como alvo o grupo terrorista Hamas, pois este sim é um grupo que vem cometendo genocídios, dia após dia, como o ocorrido em 7 de outubro de 2023, onde exterminou mais de 1.400 seres humanos inocentes (crianças, idosos, mulheres, adolescentes, adultos…)”, diz trecho do texto.

“A imparcialidade e o diálogo construtivo são fundamentais para uma abordagem justa em questões delicadas, e ver o governo brasileiro apoiar uma ação como esta nos causa perplexidade e preocupação. O Brasil sempre se portou com isenção em casos como este, e apoiar a ação proposta quebra a relação de irmandade e respeito que sempre existiu entre Brasil e Israel, tornando ainda o Estado brasileiro parte do processo contra o povo judeu. De forma alguma aceitaremos isso”.

A nota não menciona a resposta considerada desproporcional do país, que resultou em mais de 23 mil mortes e 58 mil feridos, além de 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza serem forçados a deixar suas casas devido aos eventos.