BRASÍLIA, 10 de junho de 2025 — O presidente da Câmara, Hugo Motta, cedeu à pressão bolsonarista e decidiu enviar o pedido de cassação de Zambelli ao plenário, respeitando o regimento e afrontando críticas sobre parcialidade.
Entregue à pressão, Motta reverte decisão
Na segunda (9), Motta afirmara em São Paulo que caberia apenas à Mesa Diretora decidir sobre a cassação de Carla Zambelli, mas recuou após cobranças.
O pedido, que envolve suspeita de foragimento na Itália e mandado de prisão do STF, agora será submetido ao plenário, com direito à defesa pública.
Contexto político: o jogo de influência nas altas esferas
A mudança não é isolada. Lideranças bolsonaristas do PL pressionaram internamente, lembrando que Zambelli segue como deputada federal e merece processo regimental conforme o artigo 55 da Constituição.
Motta admitiu “precipitação” e defendeu que “o plenário é soberano” na decisão final .
Institucional versus ideológico: negociação em curso
O episódio revela o entrelaçamento entre interesses institucionais e ideológicos. O recuo de Motta reflete apoio do centrão ao equilíbrio entre governo Lula e bolsonaristas, bem como tensões com o STF por questões como verbas públicas.
Análise crítica: a Câmara como arena de poder
Pressão bolsonarista
PL usa reputação de Zambelli para defender “autonomia” da Casa.
Retaliação do STF
O órgão pede explicações sobre gastos da Saúde, cobrando respostas, aumenta tensão institucional .
O risco de regalias
Centrão quer evitar cassação automática por decisão interna, mantendo poder de veto coletivo.
O Carioca Esclarece
Motta recuou após ficar evidente que avançar sem defesa no plenário contrariaria o processo democrático e poderia gerar desgaste político institucional.
FAQ
O que motivou a cassação de Zambelli?
Ela está alvo de mandado de prisão do STF por supostos crimes e está foragida na Itália. O processo exige voto do plenário conforme o regimento interno.
Por que Motta recuou?
Sob forte pressão do PL e centrão, reconheceu precipitação e optou por seguir o rito regimental, evitando críticas por parcialidade.
Qual o papel do plenário?
Previsto no artigo 55 da Constituição, qualquer cassação de mandato deve ser votada pelo plenário da Câmara