Minas Novas (MG), 23 de julho de 2025 — Em discurso incisivo no Vale do Jequitinhonha, o presidente Lula atacou Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por atos golpistas e fuga do país, destacando que “aqui tem justiça”.
Golpismo, fuga e covardia: Lula faz acerto de contas com Bolsonaro
Num dos discursos mais contundentes do seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expôs publicamente sua indignação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. O cenário foi o 1º Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Sudeste, realizado em Minas Novas, no interior mineiro.
Diante de uma plateia formada por lideranças quilombolas, indígenas e movimentos sociais, Lula condenou duramente o histórico de traição à democracia do clã bolsonarista. Ele comparou Bolsonaro a um “rato” e qualificou como “fuga covarde” a ida de Eduardo para os Estados Unidos.
“O cara que tentou dar um golpe para não me dar posse fugiu como rato foge. Agora manda o filho sair de deputado e correr para Washington pedir ajuda a Trump. Isso é uma vergonha”, declarou.
As falas foram seguidas por aplausos e gritos de apoio do público presente.
Memória política: Lula relembra prisão e recusa de exílio
Em um paralelo direto entre a sua prisão em 2018 e a atual situação de Bolsonaro, que agora cumpre medidas cautelares com tornozeleira eletrônica, Lula reafirmou sua conduta diante da perseguição judicial sofrida durante a Lava Jato.
“Foram na minha casa, na casa do meu filho, quebraram televisão e não acharam nada. Mesmo assim, me prenderam. Nunca pensei em sair do país”, afirmou.
Segundo Lula, enquanto ele enfrentou todas as acusações de frente, Bolsonaro tenta escapar das consequências políticas e jurídicas de suas ações. “Fez as merdas que fez, pague pelas merdas que fez e respeite o povo brasileiro. Aqui tem justiça.”
Tornozeleira eletrônica e dignidade: recusa como ato político
O presidente revelou que lhe foi oferecido um acordo para cumprir prisão domiciliar com tornozeleira, ainda durante o processo da Lava Jato. A proposta foi rejeitada com veemência.
“Não troco minha dignidade pela minha liberdade. Não sou pombo-correio para usar tornozeleira. Minha casa não é cadeia”, afirmou, sob aplausos.
Ao diferenciar sua postura da de Bolsonaro, Lula voltou a reafirmar sua confiança na justiça e sua fidelidade ao povo brasileiro, em contraste com a conduta de quem, segundo ele, tenta “fugir da responsabilidade”.
Investimentos e soberania popular no Vale do Jequitinhonha
O evento que serviu de palco para os ataques ao bolsonarismo também foi marcado pelo anúncio de investimentos de R$ 1,17 bilhão para a região. A iniciativa abrange ações interministeriais com foco em educação, igualdade racial, direitos humanos e políticas voltadas a povos tradicionais.
Lula aproveitou para ressaltar que os recursos visam reparar a dívida histórica com os territórios esquecidos pelas elites. “Essa região foi tratada com descaso por séculos. Nós estamos aqui para inverter essa lógica”, concluiu.
Perguntas e Respostas
Por que Lula chamou Bolsonaro de “rato”?
A metáfora foi usada por Lula para criticar a fuga do ex-presidente diante das consequências jurídicas de seus atos, especialmente após as tentativas de golpe.
O que Lula disse sobre Eduardo Bolsonaro?
O presidente afirmou que Eduardo deixou o cargo de deputado federal para fugir aos Estados Unidos e buscar apoio de Donald Trump, o que considerou covarde e antidemocrático.
Qual foi a crítica de Lula ao uso de tornozeleira eletrônica?
Lula disse que recusou acordo semelhante no passado por não aceitar trocar dignidade por liberdade, nem transformar sua casa em prisão.
O que foi anunciado no evento de Minas Gerais?
Foram anunciados investimentos federais de R$ 1,17 bilhão para o Vale do Jequitinhonha, com foco em educação, igualdade racial e comunidades tradicionais.
Qual a relação entre o discurso e a defesa da democracia?
Lula utilizou o momento para reforçar que não fugiu da justiça e que defende as instituições democráticas, ao contrário de seus adversários.
