Trama Política

Lula detona governador de SC e bolsonaristas: “Só sabem mostrar metralhadora”

Em Santa Catarina, presidente ironiza Jorginho Mello e lembra abandono de Jair Bolsonaro: “Só sabiam mostrar metralhadora”

JR Vital
por
JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Lula discursa em Itajaí. Foto: Reprodução

Itajaí (Santa Catarina) – A visita de Luiz Inácio Lula da Silva a Itajaí, nesta quinta-feira, virou palanque para uma crítica feroz ao desgoverno bolsonarista em Santa Catarina. Sem sequer citar o nome do governador ausente, Jorginho Mello, o presidente do Brasil não economizou nas farpas: “Tem gente que só sabe mostrar metralhadora”, alfinetou, arrancando aplausos e vaias direcionadas ao ocupante do Palácio Barriga Verde.

O cenário não era de confronto militar — apesar da referência bélica — e sim o anúncio de R$ 844 milhões em investimentos federais para modernizar o Porto de Itajaí, uma área que foi esquecida nos tempos de Jair Bolsonaro e que agora tenta sair do limbo administrativo.

Ausência bolsonarista gera vaias e constrangimento público

A ausência cuidadosamente calculada de Jorginho Mello, representante fiel do bolsonarismo raiz, foi o assunto mais comentado entre os presentes. A plateia, formada majoritariamente por trabalhadores e lideranças locais, reagiu com vaias assim que o nome do governador foi citado. A ausência não foi apenas física — foi política, simbólica e escandalosa. Diante de um anúncio histórico para a economia catarinense, o chefe do Executivo estadual preferiu se esconder atrás da retórica da arminha do que encarar a responsabilidade institucional de dialogar com o governo federal.

Silvio Costa Filho escancara o abandono bolsonarista

Coube ao ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, explicitar aquilo que todo mundo já sabia, mas que precisava ser dito com todas as letras: “No governo passado, não chegou R$ 1 do governo federal a Santa Catarina”. E emendou: “Agora, existem investimentos em porto, obras estruturantes e educação. A verdade sempre vence”. A fala de Silvio foi uma pá de cal no discurso falacioso da extrema-direita catarinense, que costuma acusar o governo Lula de perseguição, enquanto chafurda na incompetência e na omissão.

Lula: de volta ao estado que a extrema-direita diz controlar

O próprio Lula fez questão de sublinhar a diferença de abordagem entre os governos: “Estou aqui para recuperar este país. Nos sacrificamos por dois anos, mas esse ano é o da colheita. Eu ainda voltarei a este estado, virei de novo a Santa Catarina”. A fala teve o tom sereno de quem sabe que plantar exige tempo, mas também teve o recado firme para aqueles que governam com fuzil na mão e o orçamento no bolso dos amigos.

O Porto de Itajaí, sucateado durante o governo Jair Bolsonaro, é um símbolo da reconstrução em curso. Enquanto os bolsonaristas apostavam em bravatas, fake news e desmonte de políticas públicas, o atual governo retoma obras, movimenta a economia e oferece uma alternativa concreta ao abandono promovido nos últimos quatro anos.

Governo Bolsonaro: zero reais, muita fanfarra armamentista

O contraste entre os governos não poderia ser mais explícito. Sob a gestão de Jair Bolsonaro, Santa Catarina foi tratada como um reduto eleitoral a ser explorado com discurso ideológico barato, sem nenhum compromisso com obras, infraestrutura ou emprego. O próprio Lula frisou: “O governo anterior deixou de investir no setor naval”. Em vez de logística, arminha. Em vez de educação, negacionismo. Em vez de porto, desmonte. Agora, o jogo vira — e os fatos atropelam a narrativa da extrema-direita.

Santa Catarina: um laboratório do bolsonarismo em ruínas

O episódio desta quinta-feira expôs, com crueza, a falência do projeto bolsonarista em Santa Catarina. O governador Jorginho Mello, um dos últimos soldados fiéis do ex-presidente, parece incapaz de lidar com o que mais teme: políticas públicas de verdade, entregas concretas e diálogo federativo. O que resta, então? Ausência. Silêncio. E a velha pose armamentista que já não engana ninguém.

Lula, por outro lado, sinaliza que não abandonará o estado à própria sorte. A promessa de retorno é, também, um gesto político de reconquista de corações e mentes em um território que foi capturado pelo extremismo ideológico, mas que agora começa a sentir no bolso e no cotidiano o que significa ter um governo de verdade.

Porto de Itajaí entra no radar do Brasil que trabalha

Com os investimentos anunciados, o Porto de Itajaí entra na rota do crescimento sustentável e da recuperação econômica. A modernização das estruturas, a ampliação da capacidade logística e a geração de empregos formam um tripé que contrasta com o passado recente de abandono deliberado. O governo federal acerta ao priorizar um projeto com alto potencial de retorno social e econômico, enquanto os antigos gestores preferiam inaugurar fake news em vez de obras.

O recado está dado. Resta saber quem terá coragem de escutar.

Assuntos:
Seguir:
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.