Lula critica visão de políticas sociais como gasto
Rio de Janeiro – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (16) a visão predominante no mercado e em parte da mídia que classifica as políticas sociais do governo federal como “gasto”.
Durante uma cerimônia de assinatura de dois programas voltados à segurança alimentar e produção sustentável, o Aumento no Prato e o Planapo, Lula abordou o tema e defendeu os investimentos em políticas sociais como essenciais para o Brasil.
“O problema que enfrentamos é que, sempre que cuidamos de política social, isso é tratado como gasto. É inacreditável”, afirmou Lula, destacando que essa visão tem sido reforçada por doutrinas que, segundo ele, visam induzir erros na condução das políticas públicas.
Políticas sociais como investimento
Lula comparou a gestão pública com a lógica do setor empresarial, explicando que gastos realizados por empresas são frequentemente vistos como investimentos, enquanto, no caso do governo, recursos aplicados em áreas como saúde e educação são vistos como despesas.
“Se um empresário investe para melhorar as condições de trabalho, isso não aparece como gasto. No governo, se investimos em saúde ou educação, isso é tratado como custo”, lamentou o presidente.
Lula destacou que o Brasil, como líder global no combate à fome e à pobreza, tem priorizado essas questões na presidência do G20, especialmente por meio da criação da Aliança Global contra a Fome, a Pobreza e a Miséria.
Irresponsabilidade dos governantes
Em seu discurso, Lula foi além e responsabilizou a falta de prioridade dos governantes pela manutenção da fome e pobreza no mundo. “A única explicação para a existência da fome é a irresponsabilidade de quem governa os países. Temos que fazer escolhas sobre para quem queremos governar”, argumentou.
O presidente reforçou seu compromisso com a população mais pobre, afirmando que seu governo dará preferência aos mais necessitados. “De 213 milhões de brasileiros, temos 81 milhões que ganham até três salários mínimos. Não existe alternativa para quem quer governar este país além de priorizar essas pessoas”, destacou.
Discussão sobre corte de despesas
Ao mesmo tempo, o governo federal está em meio a discussões sobre um pacote de corte de despesas, que pode reduzir até R$ 50 bilhões dos gastos públicos. Entre as medidas, estão em análise mudanças na política de proteção ao trabalhador, como a revisão da multa de 40% do FGTS e o seguro-desemprego.
A equipe econômica, liderada pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, está concentrada em propostas estruturais que visam reduzir as despesas obrigatórias, sem afetar benefícios como a política de ganho real do salário mínimo.
Perguntas frequentes sobre as políticas sociais e cortes de gastos
1. Por que Lula critica a visão de políticas sociais como “gasto”?
Lula acredita que políticas sociais devem ser tratadas como investimento, e não como despesa, pois geram impacto positivo na vida da população mais pobre.
2. O que o governo está fazendo para combater a fome e a pobreza?
O Brasil está liderando a Aliança Global contra a Fome, a Pobreza e a Miséria no G20, buscando soluções globais para essas questões.
3. O que está em debate no pacote de corte de despesas?
O governo analisa medidas como a revisão da multa do FGTS e mudanças no seguro-desemprego, com foco em reduzir as despesas públicas.