sábado, fevereiro 22, 2025

Lula envia projeto que endurece penas para crimes ambientais no Brasil

Lula envia projeto que aumenta pena para crimes ambientais
Lula envia projeto que aumenta pena para crimes ambientais

Brasília – O governo federal enviou ao Congresso Nacional, nesta terça-feira (15), um projeto de lei que eleva as penas para quem comete crimes ambientais.

A proposta, anunciada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, prevê o aumento da pena mínima de 4 para 6 anos para crimes como incêndios florestais, além de determinar que esses delitos sejam cumpridos inicialmente em regime fechado.

Atualmente, as penas para crimes ambientais variam entre 2 e 3 anos e, em muitos casos, não levam à prisão.

O novo projeto visa fechar essas brechas legais e acelerar o processo de punição, já que crimes como o de atear fogo em vegetação costumam prescrever rapidamente.

Urgência na tramitação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a urgência da proposta, que tramitará em regime constitucional de urgência no Congresso Nacional. “Não vamos mais tolerar crimes ambientais no país. A punição será severa”, afirmou Lula durante a reunião no Palácio do Planalto.

O regime de urgência estabelece um prazo máximo de 45 dias para a apreciação da proposta em cada uma das casas legislativas.

Incêndios florestais e resposta do governo

A proposta também surge como resposta ao aumento significativo de incêndios florestais registrados em várias regiões do Brasil. Até o final de setembro, foram contabilizados cerca de 200 mil focos de incêndio, sendo a Amazônia a mais atingida. A Polícia Federal já abriu 85 inquéritos para investigar indícios de incêndios criminosos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandovski, destacou que os crimes ambientais movimentam grandes quantias de dinheiro, com estimativas de lucros que variam de US$ 110 a US$ 281 bilhões em 2022, segundo o Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi).

Agravantes e penas mais duras

De acordo com o projeto, crimes cometidos em unidades de conservação, áreas de preservação ambiental e terras indígenas serão considerados agravantes e poderão aumentar ainda mais a pena. Atualmente, dos 850 mil apenados no Brasil, apenas 350 estão presos por crimes ambientais.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou a importância de aumentar as penas para desestimular esse tipo de crime. “As penas mais severas vão impedir que criminosos continuem a destruir o meio ambiente e agravar a mudança climática”, declarou a ministra.

Ela também destacou os resultados recentes no combate aos incêndios florestais. Nos últimos meses, foram extintos 670 grandes focos de incêndio e controlados outros 237. No Pantanal, restam apenas nove grandes incêndios em andamento, e na Amazônia, a área queimada foi reduzida em cerca de 80%.


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Perguntas frequentes sobre o endurecimento das penas para crimes ambientais

O que muda com o novo projeto de lei?
Aumenta a pena mínima para crimes ambientais de 4 para 6 anos, com regime inicial fechado.

Quais crimes são abrangidos pela nova legislação?
Incêndios florestais e outros crimes ambientais, especialmente em áreas de preservação, terras indígenas e unidades de conservação.

Por que a proposta está sendo tratada em regime de urgência?
O governo considera os crimes ambientais graves e quer acelerar a punição, estabelecendo um prazo de 45 dias para a apreciação da matéria no Congresso.

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