Sem se Curvar

Lula “jamais se deixará humilhar” por Trump, diz Celso Amorim

Assessor especial rebate temores e indica que encontro pode ocorrer na Malásia, durante a Cúpula da Asean

JR Vital
por
JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Celso amorim e Lula - Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)jamais se deixará humilhar” em uma eventual reunião com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

A declaração foi dada em meio às negociações diplomáticas que discutem um possível encontro entre os dois líderes após a Assembleia-Geral da ONU, realizada em Nova York.

Resistência a constrangimentos

Amorim minimizou receios de que Lula pudesse enfrentar situações semelhantes às vividas por outros chefes de Estado em encontros recentes com Trump. “Lula jamais se deixará humilhar por Trump. Essa possibilidade não existe, pode tirar da cabeça”, disse à Folha de S.Paulo.

Nos últimos meses, Trump gerou atritos em reuniões bilaterais: discutiu com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, exibiu um vídeo com teor conspiratório ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e sugeriu ao premiê canadense, Mark Carney, que “nunca diga nunca” diante da hipótese de anexação aos EUA.

Possível encontro na Malásia

Embora não haja encontro previsto durante a ONU, Trump disse no último dia 23 que teve “excelente química” com Lula e sinalizou a intenção de conversar em breve. A principal hipótese é uma reunião em outubro, na Malásia, durante a Cúpula da Asean, mas a data e o local ainda estão indefinidos.

“Pode ser que a Malásia seja a melhor opção, mas o mais importante é que a reunião seja produtiva, como querem os dois países”, ressaltou Amorim.

Relação Brasil-EUA

Segundo o assessor, o governo americano tem interesse em avançar no diálogo. “É muito importante que [os EUA] reconheçam que o Brasil é um grande país, que é essencial termos boa relação e boa discussão nos temas em que há desacordo”, afirmou, citando as negociações comerciais.

Lula já disse que pretende “colocar tudo na mesa”, mas que questões ligadas à soberania nacional são inegociáveis. Amorim acrescentou que, apesar de discursos duros, Trump chegou a elogiar Lula em improvisos, o que pode favorecer uma aproximação pessoal.

Ele recordou ainda que Lula, em seu primeiro governo, conseguiu manter uma boa relação com George W. Bush, mesmo em meio às divergências sobre a Guerra do Iraque.

Seguir:
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.