Lula: “Ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo”

Presidente critica Bolsonaro e destaca legado de Dilma Rousseff em evento com políticos evangélicos e de esquerda

Redacao
Por Redacao
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Camaçari – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (17), durante um comício na cidade baiana de Camaçari, que “ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo”.

Ao lado do ex-prefeito Luiz Caetano (PT), Lula aproveitou o evento para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e reforçar seu apoio à chapa de esquerda liderada por Caetano, que disputa o segundo turno com o candidato Flávio (União).

Durante o discurso, Lula fez referência à escolha de Luiz Caetano por uma mulher negra e pastora como vice, destacando a importância dessa união de partidos de esquerda. “A gente não tem medo de dizer que é de esquerda porque ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo. Ninguém”, afirmou o presidente, em uma tentativa clara de aceno ao eleitorado cristão.

Três dias antes, Lula havia sancionado uma lei que institui o Dia da Música Gospel, em um movimento calculado para atrair o apoio de líderes evangélicos. A relação com esse segmento tem sido uma estratégia recorrente nas falas do presidente nos últimos meses.


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Lula critica Bolsonaro e seu eleitorado

Em sua fala, Lula também não poupou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que o comportamento de Bolsonaro é de quem “não acredita em Deus”. Segundo o presidente, o erro de 2018 foi não ter escolhido Fernando Haddad (PT) como candidato, optando por “uma coisa que só pregava mentira e ódio”.

De acordo com Lula, Bolsonaro teria “inventado que é evangélico”, mas não demonstraria os valores religiosos em suas ações. A crítica ocorre em meio a uma tentativa do atual governo de reconquistar o apoio de segmentos cristãos, que, segundo pesquisas, têm preferência pelo ex-presidente.<h2>Aprovação de Lula entre católicos e evangélicos</h2>

Pesquisas recentes, como a divulgada pela Quaest, indicam que a reprovação de Lula subiu entre os católicos, alcançando o maior patamar desde o início do governo. A aprovação caiu seis pontos, ficando em 54%. Entre os evangélicos, a aprovação recuou para 41%, enquanto a reprovação subiu para 55%.

Esses números mostram um desafio claro para o presidente, que busca reverter essa tendência negativa e ampliar sua base de apoio. Recentemente, Lula intensificou seus gestos ao eleitorado evangélico, como mostrado pela sanção do Dia da Música Gospel.

Impeachment de Dilma e machismo no Brasil

Em outro trecho do discurso, Lula mencionou o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Ele afirmou que os “machos do país” não aceitaram que o Brasil fosse governado por uma mulher. Segundo o presidente, a remoção de Dilma do cargo foi resultado de uma “mentira inventada” e de uma campanha movida por preconceito de gênero.

Lula também criticou a Operação Lava Jato, que, segundo ele, foi articulada para retirá-lo das disputas eleitorais de 2018.<h2>Frequentes perguntas sobre Lula e seu discurso na Bahia</h2>

O que Lula quis dizer ao afirmar que Jesus Cristo foi de esquerda?
Lula utilizou essa metáfora para ressaltar os valores de igualdade e solidariedade defendidos por Jesus, associando-os à ideologia de esquerda, que historicamente luta pelos direitos dos mais pobres.

Por que Lula criticou Bolsonaro em seu discurso?
Lula mencionou Bolsonaro para contrastar sua visão de governo e valores religiosos com os de seu adversário, alegando que Bolsonaro não pratica os princípios cristãos que alega seguir.

Qual foi a principal crítica de Lula sobre o impeachment de Dilma?
Lula afirmou que o impeachment foi motivado por machismo e preconceito contra Dilma Rousseff por ela ser mulher e que a ação foi baseada em uma mentira.

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