Salvador, 2 de julho de 2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transformou a comemoração do 2 de Julho, data da Independência da Bahia, em palco para uma de suas principais bandeiras: a justiça tributária e a taxação dos super-ricos.
Ao lado da primeira-dama Janja, do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e da ministra da Cultura Margareth Menezes, Lula percorreu as ruas de Salvador sob aplausos. Mas foi ao erguer um cartaz com os dizeres “Taxar os super-ricos já” que a multidão explodiu em apoio. A imagem foi divulgada em suas redes com a mensagem: “Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso.”
Cartaz contra a desigualdade
O gesto de Lula não foi apenas simbólico. Em meio ao embate com o Congresso Nacional, que recentemente derrubou um decreto do governo que elevava a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente reiterou que a elite econômica brasileira precisa contribuir mais para a manutenção dos serviços públicos essenciais.
“O que estamos fazendo é um ajuste tributário para que os mais ricos paguem um pouco, para que a gente não precise cortar dinheiro da Educação e da Saúde”, disse Lula, em entrevista nesta quarta-feira.
A declaração é uma resposta direta à justificativa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que afirmou combater “aumento da carga tributária”, ignorando que o impacto da medida incide apenas sobre o topo da pirâmide econômica — o chamado “andar de cima”.
Conflito com o Congresso
O Congresso, dominado por bancadas conservadoras e setores ligados ao mercado financeiro, derrubou o decreto do IOF por ampla maioria, contrariando a lógica de progressividade fiscal. A ação foi interpretada pelo Planalto como mais um ataque deliberado à agenda de justiça social do governo.
A Advocacia-Geral da União (AGU) já acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do Legislativo. A ofensiva jurídica faz parte de uma estratégia mais ampla do governo, que busca recompor as receitas sem penalizar a população mais pobre.
Haddad mira privilégios
Diante da resistência do Congresso à reforma tributária com viés progressivo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estuda alternativas como a revisão da previdência militar, o combate aos supersalários e a redução de subsídios fiscais bilionários ao setor privado.
A ideia é clara: cortar de cima para manter a base protegida. Mas o discurso técnico enfrenta resistência política, sobretudo de parlamentares que defendem interesses corporativos e resistem a qualquer corte de privilégios estruturais.
A imagem do povo contra o poder
O gesto de Lula em Salvador marca um contraponto simbólico e político à postura do Congresso: enquanto parlamentares blindam bilionários e altos salários, o presidente se posiciona ao lado da maioria, que depende do SUS, do Fundeb e da rede de proteção social.
A ovacionada cena do cartaz expõe uma contradição: o Executivo tenta reequilibrar a balança fiscal, mas encontra barreiras institucionais erguida por quem foi eleito para legislar em nome do povo — e legisla para a minoria.
O Carioca Esclarece
Super-ricos, no debate tributário, são indivíduos com patrimônio ou rendimentos muito acima da média nacional — especialmente bilionários e donos de grandes fortunas, muitas vezes isentos de impostos sobre lucros e dividendos.
FAQ – Perguntas Frequentes
1. Por que Lula defende taxar os super-ricos?
Porque, no Brasil, os mais ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que os mais pobres. A ideia é reequilibrar a carga tributária e evitar cortes em áreas sociais.
2. Quem derrubou o aumento do IOF e por quê?
O Congresso Nacional, sob liderança da Câmara, alegou combate à alta de impostos. Mas a medida atingiria apenas o topo da pirâmide, com impacto mínimo para a população geral.
3. O que o governo pretende fazer para arrecadar mais?
Estuda medidas como taxar grandes fortunas, cortar supersalários, rever aposentadorias militares e acabar com isenções injustificadas a grandes empresas.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		