O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou, em 23 de outubro de 2025, o deputado estadual Lucas Bove (PL) por violência psicológica, ameaça, perseguição e lesão corporal contra sua ex-esposa, a influenciadora Cíntia Chagas. A promotoria pediu também a prisão preventiva do parlamentar, alegando o descumprimento sistemático de medidas protetivas impostas pela Justiça desde 2024, reforçando a gravidade das acusações.
Denúncia expõe padrão de violência e intimidação
Segundo a denúncia, o deputado tinha o hábito de fumar maconha enquanto ameaçava a ex-companheira com uma arma de fogo, apresentando tais atos como “brincadeira”. Em um dos episódios, teria apertado o mamilo da influenciadora na frente de uma amiga, configurando uma “intimidação ostensiva”, conforme a avaliação do Ministério Público.
O documento relata ainda situações de agressão física e ameaças graves, como o lançamento de uma faca na perna da vítima, acompanhado de ameaça de morte, com a alegação de que seu segurança ocultaria o corpo de Cíntia Chagas. O MPSP aponta ainda comportamentos de ciúmes excessivo, restrições profissionais e a exigência de acompanhar rigidamente o paradeiro da ex-esposa.
Promotoria cobra responsabilização apesar do desprezo judicial
A promotora Fernanda Raspantini Pellegrino ressaltou que o deputado ignora as determinações judiciais “por acreditar que não será responsabilizado”, mesmo após várias advertências formais. Desde a separação em setembro de 2024, o parlamentar teria feito publicações nas redes sociais com referências diretas à influenciadora, violando decisões legais expressas.
Esse comportamento evidencia não só o desrespeito às normas judiciais, mas também perpetua um ambiente de violência doméstica que tem consequências diretas na saúde e bem-estar da vítima, que passou a utilizar antidepressivos e utilizar veículo blindado por segurança, segundo a defesa.
Reação da defesa e posicionamento do deputado
A advogada de Cíntia Chagas, Gabriela Manssur, afirmou que a denúncia “representa um marco importante para as mulheres na busca pela verdade, pela responsabilização e pela dignidade da vítima”. Por sua vez, o deputado Lucas Bove declarou nas redes sociais que a Delegacia da Mulher “afastou as acusações de violência física” e que foi indiciado somente por violência psicológica. O parlamentar mencionou um laudo que apontaria ausência de dano psicológico, mas alegou que o documento “foi ignorado pela investigação”.


