Partido do Bolsonaro

MP pede prisão preventiva de deputado bolsonarista por descumprir medidas protetivas

Lucas Bove (PL) é acusado de ignorar ordens judiciais em favor da ex-esposa Cíntia Chagas; Assembleia deve avaliar providências.

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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
O deputado estadual Lucas Bove (PL) – Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou nesta quinta-feira (23) a prisão preventiva do deputado estadual Lucas Bove (PL) por descumprir medidas protetivas determinadas pela Justiça em favor da influenciadora Cíntia Chagas, sua ex-esposa.

O parlamentar é acusado de agressão no fim de 2024 e, segundo a promotoria, tem ignorado de forma deliberada as determinações judiciais. A informação foi confirmada pelo portal Metrópoles.

Devido à condição de deputado, o MPSP também pediu que a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) adote as providências cabíveis. Em agosto deste ano, um pedido de cassação do mandato de Bove chegou a ser analisado pela Casa, mas foi arquivado, mantendo o parlamentar em exercício de suas funções. O caso segue sob responsabilidade da 16ª Vara Criminal de São Paulo, que deve avaliar os próximos passos legais.


Alegações do Ministério Público

A promotora Fernanda Raspantini Pellegrino reforçou que Bove tem plena ciência das medidas impostas, mas continua a desrespeitá-las deliberadamente. O documento aponta que o deputado chegou a fazer publicações nas redes sociais mencionando o nome da vítima e comentando sobre o processo, ações que violam explicitamente as restrições judiciais.

“O descumprimento repetido das medidas protetivas demonstra um comportamento consciente e intencional, exigindo medidas mais rigorosas para garantir a segurança da vítima”, afirmou Pellegrino.

O MPSP sustenta que a gravidade do caso justifica a prisão preventiva, com o objetivo de proteger Cíntia Chagas e evitar novas violações, além de sinalizar que nenhum cidadão está acima da lei, mesmo ocupando cargo público.


Contexto político e repercussão

Lucas Bove é filiado ao PL, partido bolsonarista, e sua atuação parlamentar já gerou polêmica em outras frentes. O pedido de prisão preventiva e as denúncias de agressão colocam pressão sobre a Alesp, que precisará se manifestar oficialmente sobre a situação do deputado.

Organizações de defesa dos direitos das mulheres acompanharam o caso, destacando a necessidade de respeito às medidas protetivas e punição adequada. O episódio reforça o debate sobre violência doméstica envolvendo figuras políticas, tema sensível e com grande repercussão midiática.

“Medidas protetivas existem para garantir segurança e dignidade; ignorá-las é um ato grave que não pode ser tolerado por ninguém”, afirmou uma especialista ouvida pela reportagem.

O caso deve evoluir nos próximos dias, com a análise da Alesp e eventual decisão da 16ª Vara Criminal sobre a prisão preventiva e demais providências legais cabíveis.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.