A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) utilizou a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira (10/09/2025) para confrontar o hacker Walter Delgatti e questionar a confiabilidade de seu depoimento.
Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli afirmou que foi vítima de um processo baseado em “mentiras” e destacou contradições apresentadas pelo depoente.
Bate-boca durante audiência
Durante a sessão, a parlamentar, presa na Itália, afirmou que o único documento enviado por ela foi um rascunho de mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, encontrado em seu celular pela Polícia Federal.
“O mandado de prisão, que é um documento encontrado no meu celular depois do acontecido pela Polícia Federal, era uma folha escrita com várias coisas. Esse mandado de prisão do ministro Alexandre de Moraes foi o único texto que eu encaminhei. Não pedi nenhum outro alvará de soltura ou mandado adicional”, declarou Zambelli.
Ela também contestou a responsabilidade atribuída a ela por outros 15 mandados de soltura que beneficiaram criminosos de facções:
Leia Também
“Eu nunca mandei soltar ninguém. Estou respondendo por 16 mandados, quando na verdade só existia aquele que foi usado para me incriminar”, afirmou.
Questionando a credibilidade de Delgatti
Zambelli ainda buscou fragilizar o depoente, lembrando contradições em seus relatos. Delgatti havia afirmado ter permanecido cerca de 20 dias na casa da deputada, mas Zambelli rebateu dizendo que foram apenas algumas horas:
“Você mente bastante. Inclusive já me disse que tomava oito Ritalinas por dia. Isso compromete a sua versão”, disse a parlamentar.
A audiência da CCJ marca o início da análise do processo que pode confirmar a perda do mandato de Zambelli, que atualmente aguarda decisão de extradição na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma.
