Fuga de Ramagem se tornou o centro de uma crise institucional após o Psol solicitar ao Supremo Tribunal Federal a prisão do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), visto em Miami, mesmo estando proibido de deixar o Brasil por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
A denúncia ganhou força depois que o site PlatôBR divulgou imagens do parlamentar entrando em um condomínio de luxo nos Estados Unidos, movimento que, segundo o partido, indica risco concreto de evasão justamente no momento em que se aproxima a execução das penas impostas aos réus da trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.
🧭 Pontos-chave do caso Ramagem
- Ramagem foi flagrado nos EUA apesar de proibição explícita de viagem.
- Psol pede prisão imediata, extradição e cooperação internacional.
- Condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias, ele ainda recorre em liberdade.
- Trama golpista entra na fase decisiva: STF deve decretar trânsito em julgado.
O avanço do caso e o risco político do deslocamento de Ramagem
A revelação da presença de Alexandre Ramagem em Miami abriu um novo capítulo na disputa política e jurídica que envolve os réus da tentativa de ruptura institucional investigada pelo Supremo Tribunal Federal. O flagrante, registrado em vídeo e publicado pelo PlatôBR, reacendeu suspeitas antigas sobre manobras de fuga de investigados ligados ao núcleo bolsonarista. Para o Psol, o episódio não é apenas uma quebra de ordem judicial: é um sinal claro de que Ramagem estaria tentando evitar a execução de sua pena, que se aproxima rapidamente do trânsito em julgado.
O partido sustenta que a permanência do deputado no exterior representa “risco real e imediato” para a efetividade das decisões do STF. A argumentação se ancora no contexto atual: na semana anterior, o Núcleo 1 da trama golpista teve recursos negados pela Primeira Turma da Corte, restando apenas medidas processuais residuais. O ministro Alexandre de Moraes deve, em breve, decretar o encerramento definitivo da fase recursal e determinar o início do cumprimento das penas.
Mais Notícias
Ramagem, condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias, recorre em liberdade, mas o cenário muda completamente caso o trânsito em julgado seja efetivado. É precisamente nesse ponto que o Psol enxerga a motivação para a viagem clandestina.
A defesa do deputado, por sua vez, optou pelo silêncio. Não houve qualquer explicação pública sobre a ida para Miami, tampouco contestação direta às imagens divulgadas. Para o Psol, o silêncio reforça “a gravidade e a intenção deliberada de descumprir decisão judicial”.
A legenda solicita que o STF decrete a prisão imediata do parlamentar. Caso o deputado seja confirmado no exterior, o partido requer que o Supremo acione mecanismos de extradição ou cooperação internacional para garantir o retorno ao país.
A fase final da trama golpista e o impacto do episódio
A fuga de Ramagem no centro da disputa
O caso ocorre no momento mais sensível para os réus envolvidos na tentativa de golpe. As decisões da Primeira Turma estreitam o caminho para o encerramento dos recursos e pressão recai sobre o STF para que seja decretado o cumprimento das penas. No núcleo político da trama, nomes de peso — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro — aguardam o desfecho judicial.
O deslocamento irregular de Ramagem, portanto, assume dimensão simbólica: para setores progressistas, reforça a percepção de que parte do bolsonarismo aposta na estratégia da fuga para escapar das responsabilidades criminais.
Um caso que pressiona instituições
Se confirmada a permanência internacional de Ramagem, a reação institucional deve se intensificar. A Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça podem ser acionados para viabilizar medidas internacionais. Para o STF, o episódio reforça a urgência de decisões coordenadas para impedir que réus importantes evadam enquanto processos se encerram.
Enquanto isso, o silêncio de Ramagem e a falta de explicação sobre o deslocamento ampliam o desgaste político do deputado e de seu grupo. O caso tende a se tornar um marco na fase final da responsabilização judicial da tentativa de golpe.




