Decisão Judicial

STF mantém prisão do “Careca do INSS” e empresário

Supremo forma maioria para manter custódia de Antônio Carlos Camilo Antunes e Maurício Camisotti, acusados de esquema que desviou milhões de aposentados

JR Vital
por
JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
© Lula Marques/Agência Brasil

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria neste domingo (28) para manter a prisão preventiva de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e do empresário Maurício Camisotti.

Ambos são investigados por participação em fraudes que provocaram descontos ilegais em aposentadorias, com movimentações milionárias suspeitas.

Votos e andamento no STF

Os ministros André Mendonça, Edson Fachin e Nunes Marques votaram pela manutenção da prisão. O ministro Gilmar Mendes se declarou impedido de participar do julgamento, e o voto de Dias Toffoli ainda está pendente. O processo ocorre em plenário virtual e deve ser concluído até a próxima sexta-feira (3).

Segundo a Polícia Federal, a prisão foi necessária diante das tentativas dos investigados de frustrar apurações, ocultar patrimônio e movimentar recursos para camuflar bens. Também foi apontado risco de fuga do país. Para Mendonça, os elementos apresentados são “robustos e consistentes” para justificar a medida.

O epicentro da fraude

De acordo com os investigadores, Antunes era o principal articulador do esquema. Ele teria movimentado R$ 53,58 milhões por meio de empresas de fachada, dos quais R$ 9,32 milhões foram repassados a servidores e companhias ligadas à cúpula do INSS.

As apurações revelam ainda que empresas associadas a Antunes transferiram R$ 6,8 milhões para firmas de altos funcionários do órgão. Em operações suspeitas, o lobista teria comprado salas comerciais, pagado R$ 700 mil via Pix e omitido registros de imóveis adquiridos por meio de offshores.

Defesa e CPI do INSS

Na semana passada, durante depoimento à CPI do INSS, Antunes negou ter obstruído investigações e disse não ter ingerência sobre a captação de clientes nem sobre o sistema de benefícios. “Não sou responsável, nunca fui, não tenho expertise para esse lado da bandidagem”, afirmou.

A comissão parlamentar retomará os trabalhos nesta segunda-feira (29), ouvindo outros investigados, entre eles Fernando Cavalcanti, sócio do advogado Nelson Wilians, e Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais)

Assuntos:
Seguir:
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.