O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, comparou o ex-presidente Jair Bolsonaro ao revolucionário argentino Che Guevara ao comentar o potencial de transferência de votos para as eleições de 2026.
Em evento da Esfera Brasil, em São Paulo, Valdemar chamou Bolsonaro de “mártir” e minimizou os crimes investigados pelo Supremo Tribunal Federal.
Valdemar exalta Bolsonaro e relativiza crimes
Durante o encontro, Valdemar Costa Neto afirmou que os processos judiciais transformaram Bolsonaro em um “Che Guevara da direita”.
“É inacreditável a força de transferência do voto do Bolsonaro. O eleitor dele é fiel. E essas coisas estão fazendo com que ele vire um Che Guevara. O Che tinha um carisma como o Bolsonaro. Daqui 30, 40 anos, você também vai ver gente com camiseta do Bolsonaro”, declarou.
Atualmente, Bolsonaro está inelegível, réu no STF por tentativa de golpe de Estado e cumpre prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares. Mesmo assim, Valdemar insistiu que o ex-presidente pode disputar em 2026.
Negação do golpe de 8 de janeiro
Em sua fala, o dirigente do PL voltou a relativizar os ataques golpistas de 2023 contra os Três Poderes. “Oito de janeiro não foi golpe. Foi um bando de pé de chinelo quebrando as coisas. Ninguém fez nada. Não tentaram matar Alexandre de Moraes, não fizeram golpe algum”, afirmou, em clara tentativa de reescrever os fatos.
As investigações do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal apontam justamente o contrário: a existência de uma trama organizada para derrubar o governo democraticamente eleito e impor um regime autoritário.
Plano eleitoral do PL sem Bolsonaro
Valdemar também indicou que, caso Bolsonaro permaneça impedido de concorrer, caberá a ele escolher os candidatos da legenda. “O Bolsonaro se não puder ser candidato vai escolher um candidato a presidente e a vice, nós vamos ter pelo PL. Isso tá liquidado, agora quem ele vai escolher, eu não sei”, disse.
A declaração reafirma a dependência da direita brasileira do capital político de Bolsonaro, mesmo diante de condenações, prisões e processos que o associam a uma tentativa de ruptura institucional.


