Bolsonarista

Psol reage à fuga de Ramagem para os EUA e pressiona STF

Pedido de prisão ganha força após divulgação de imagens do deputado em Miami, apesar da proibição de deixar o país.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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© Valter Campanato/Agência Brasil

Fuga de Ramagem se tornou o centro de uma crise institucional após o Psol solicitar ao Supremo Tribunal Federal a prisão do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), visto em Miami, mesmo estando proibido de deixar o Brasil por ordem do ministro Alexandre de Moraes.

A denúncia ganhou força depois que o site PlatôBR divulgou imagens do parlamentar entrando em um condomínio de luxo nos Estados Unidos, movimento que, segundo o partido, indica risco concreto de evasão justamente no momento em que se aproxima a execução das penas impostas aos réus da trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.


🧭 Pontos-chave do caso Ramagem

  • Ramagem foi flagrado nos EUA apesar de proibição explícita de viagem.
  • Psol pede prisão imediata, extradição e cooperação internacional.
  • Condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias, ele ainda recorre em liberdade.
  • Trama golpista entra na fase decisiva: STF deve decretar trânsito em julgado.

O avanço do caso e o risco político do deslocamento de Ramagem

A revelação da presença de Alexandre Ramagem em Miami abriu um novo capítulo na disputa política e jurídica que envolve os réus da tentativa de ruptura institucional investigada pelo Supremo Tribunal Federal. O flagrante, registrado em vídeo e publicado pelo PlatôBR, reacendeu suspeitas antigas sobre manobras de fuga de investigados ligados ao núcleo bolsonarista. Para o Psol, o episódio não é apenas uma quebra de ordem judicial: é um sinal claro de que Ramagem estaria tentando evitar a execução de sua pena, que se aproxima rapidamente do trânsito em julgado.

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O partido sustenta que a permanência do deputado no exterior representa “risco real e imediato” para a efetividade das decisões do STF. A argumentação se ancora no contexto atual: na semana anterior, o Núcleo 1 da trama golpista teve recursos negados pela Primeira Turma da Corte, restando apenas medidas processuais residuais. O ministro Alexandre de Moraes deve, em breve, decretar o encerramento definitivo da fase recursal e determinar o início do cumprimento das penas.

Ramagem, condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias, recorre em liberdade, mas o cenário muda completamente caso o trânsito em julgado seja efetivado. É precisamente nesse ponto que o Psol enxerga a motivação para a viagem clandestina.

A defesa do deputado, por sua vez, optou pelo silêncio. Não houve qualquer explicação pública sobre a ida para Miami, tampouco contestação direta às imagens divulgadas. Para o Psol, o silêncio reforça “a gravidade e a intenção deliberada de descumprir decisão judicial”.

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A legenda solicita que o STF decrete a prisão imediata do parlamentar. Caso o deputado seja confirmado no exterior, o partido requer que o Supremo acione mecanismos de extradição ou cooperação internacional para garantir o retorno ao país.


A fase final da trama golpista e o impacto do episódio

A fuga de Ramagem no centro da disputa

O caso ocorre no momento mais sensível para os réus envolvidos na tentativa de golpe. As decisões da Primeira Turma estreitam o caminho para o encerramento dos recursos e pressão recai sobre o STF para que seja decretado o cumprimento das penas. No núcleo político da trama, nomes de peso — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro — aguardam o desfecho judicial.

O deslocamento irregular de Ramagem, portanto, assume dimensão simbólica: para setores progressistas, reforça a percepção de que parte do bolsonarismo aposta na estratégia da fuga para escapar das responsabilidades criminais.

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Um caso que pressiona instituições

Se confirmada a permanência internacional de Ramagem, a reação institucional deve se intensificar. A Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça podem ser acionados para viabilizar medidas internacionais. Para o STF, o episódio reforça a urgência de decisões coordenadas para impedir que réus importantes evadam enquanto processos se encerram.

Enquanto isso, o silêncio de Ramagem e a falta de explicação sobre o deslocamento ampliam o desgaste político do deputado e de seu grupo. O caso tende a se tornar um marco na fase final da responsabilização judicial da tentativa de golpe.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.