Rio de Janeiro — 30 de julho de 2025 — A deputada estadual Célia Jordão (PL) foi substituída da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A mudança foi oficializada em edição extra do Diário Oficial desta quarta-feira, com a designação do deputado Alexandre Knoploch (PL) como novo membro do colegiado. A movimentação ocorre em meio a articulações políticas que visam formar uma terceira via fluminense para as eleições de 2026.
Reunião em Macaé mobilizou nomes de peso da política fluminense
A saída de Célia Jordão da CCJ ocorre poucos dias após sua participação em um encontro político realizado em Macaé, no norte fluminense, no início da semana. O evento contou com a presença de lideranças influentes, incluindo:
- Welberth Rezende (Cidadania), prefeito de Macaé
- Wladimir Garotinho (PP), prefeito de Campos dos Goytacazes
- Fernando Jordão (MDB), ex-prefeito de Angra dos Reis e marido da deputada
- André Português (PL), ex-prefeito de Miguel Pereira
- Rosenverg Reis (MDB), deputado estadual
- Washington Reis, presidente regional do MDB e ex-secretário estadual de Transportes
- Márcio Rezende (MDB), pré-candidato a deputado federal
O grupo tem discutido alternativas a uma polarização entre o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), ambos considerados pré-candidatos ao governo estadual.
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Deputada articula saída do PL e aproximação com o MDB
Nos bastidores da Alerj, a troca de cadeiras na CCJ tem sido interpretada como reflexo de um afastamento político de Célia Jordão do PL. Segundo fontes da base governista, a parlamentar tem adotado posturas classificadas como “anti-Bacellar e anti-Bolsonaro”, o que causou desconforto entre aliados conservadores.
Além disso, Fernando Jordão — marido da deputada — filiou-se recentemente ao MDB, alimentando especulações sobre a possível migração partidária de Célia Jordão.
A CCJ da Alerj é considerada uma das comissões mais estratégicas da casa, por onde passam os principais projetos antes de serem apreciados em plenário. A substituição de seus membros, embora seja prerrogativa das lideranças partidárias, costuma sinalizar realinhamentos de poder no cenário político estadual.
Entenda o isolamento de Célia Jordão no PL
Por que a saída de Célia Jordão da CCJ chamou atenção?
Porque ocorreu logo após sua participação em um encontro político com líderes de partidos adversários da base do PL, sinalizando uma possível mudança de campo político.
O que motivou sua possível ruptura com Bacellar e o bolsonarismo?
Aliados interpretam sua postura como crítica ao controle político do União Brasil na Alerj e ao alinhamento automático do PL com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Qual o papel do MDB nas movimentações da deputada?
O MDB tem sido o principal destino de dissidentes que buscam construir uma terceira via no Rio de Janeiro. O partido já abriga Fernando Jordão e outros nomes presentes no evento de Macaé.
Quem ganha e quem perde com a troca na CCJ?
A saída de Célia abre espaço para o fortalecimento da ala mais alinhada a Rodrigo Bacellar dentro do PL. Para ela, o movimento pode representar maior liberdade para articulações externas ao partido.
Terceira via no Rio reabre disputa por hegemonia no pós-bolsonarismo
A saída de Célia Jordão da CCJ da Alerj evidencia um processo de reconfiguração interna nos partidos do campo conservador fluminense, em um cenário marcado pela disputa entre Eduardo Paes e Rodrigo Bacellar. A articulação por uma terceira via estadual, com apoio de nomes do MDB, sinaliza que o centro político quer reocupar espaço no Rio de Janeiro. A movimentação reforça a importância estratégica da Alerj como arena antecipada da disputa de 2026.