O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), voltou a se alinhar de forma incondicional ao bolsonarismo ao discursar neste domingo (7) durante manifestação realizada na orla de Copacabana, na zona sul da capital fluminense. O ato reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, faixas em defesa de Donald Trump e cartazes pedindo anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Defesa de Bolsonaro e ataques ao STF
No palco, ao lado de parlamentares e líderes religiosos como Silas Malafaia, que foi ovacionado por pedido do governador, Castro afirmou que “eleição sem Bolsonaro não existe”. O governador também insistiu em chamar o ex-presidente de “inocente” e criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que mantém Bolsonaro em prisão domiciliar.
“O primeiro passo que queremos hoje é Bolsonaro inocentado. O homem que não cometeu nenhum crime não pode ser condenado”, declarou, em tom de desafio às instituições.
Castro ainda afirmou que a prisão domiciliar de Bolsonaro, monitorado por tornozeleira eletrônica, representa uma injustiça e defendeu “liberdade política” para o ex-mandatário.
O julgamento do golpe
O ato aconteceu em meio ao julgamento de Bolsonaro e outros sete réus pela Primeira Turma do STF, acusado de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito. O processo, que será retomado nesta terça-feira (9), pode resultar em penas de até 43 anos de prisão.
Entre os presentes estavam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que chamou os ministros da Corte de “perseguidores do meu pai”, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL), todos em coro pela absolvição do ex-presidente. Um áudio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, no qual se queixa de perseguição política e pede orações, também foi reproduzido durante a manifestação.
Movimentação política em Brasília
Paralelamente, Castro anunciou que viajará a Brasília para articular apoio no Congresso à aprovação de uma eventual anistia para os condenados do 8 de janeiro. O governador afirmou que buscará reuniões com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Castro reforçou ainda sua posição de subserviência ao bolsonarismo, garantindo apoio a uma futura candidatura de Bolsonaro em 2026, apesar do avanço das investigações e do risco real de inelegibilidade.