Como fazer negócios no Rio de Janeiro? Especialista explica

Segundo o profissional, o ecossistema de inovação do Rio de Janeiro não é um só. "Existem grandes diferenças entre a capital e o interior.

“O Rio de Janeiro não é só samba e favela”, afirma Gabriel de Oliveira, Líder de Comunidade no estado do Rio de Janeiro pelo InovAtiva, política pública de apoio ao empreendedorismo inovador no Brasil. Sua missão é engajar comunidades de empreendedores, investidores, grandes empresários e outros agentes de inovação para iniciar conversas e proporcionar novos negócios. 

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Segundo o profissional, o ecossistema de inovação do Rio de Janeiro não é um só. “Existem grandes diferenças entre a capital e o interior. São realidades completamente distintas. Na capital, existe uma disponibilidade maior de recursos financeiros, mas temos muitas cidades que vivem abaixo do nível da pobreza”, diz. 

Quanto a esse tema, Gabriel identifica grandes oportunidades para empreendedores. Segundo o Mapeamento de Comunidades de 2022 da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o estado do Rio de Janeiro concentra 6% das startups brasileiras. Elas são responsáveis por empregar mais de 10 mil funcionários e seus principais setores de atuação são: Financeiro (11,9%), Educação (11,9%) e Indústria 4.0 (9,6%), de acordo com o Distrito RioTech Report de 2019. 

“O Rio de Janeiro apresenta um imenso potencial inexplorado de inovação para a resolução de problemas intrínsecos da sociedade carioca. Desde govtechs até foodtechs e também soluções voltadas às comunidades, o Rio clama por formas inovadoras de atender sua população”, elabora. 

É o caso do Delivery das Favelas, startup destaque no Ciclo 2022.2 do InovAtiva de Impacto Socioambiental, um programa de aceleração do hub InovAtiva focado em atender negócios inovadores com propósito de gerar impacto ambiental ou social positivo. Nascida em Duque de Caxias, a startup tem como missão levar produtos para moradores de comunidades, que não costumam ser atendidos por aplicativos de delivery tradicionais. 

De forma latente no interior do Rio de Janeiro, mas também na capital, Gabriel fala sobre o ‘QI: quem indica’. “Nada é mais importante para fazer negócios do que conhecer as pessoas certas. É por isso que iniciativas gratuitas de apoio ao empreendedorismo inovador são tão relevantes: precisamos reunir diferentes atores no mesmo lugar. O carioca costuma funcionar bem no diálogo, então essa é uma das suas principais vantagens no momento de vender sua solução”, explica. Com esse propósito, o InovAtiva estará presente no Rio Innovation Week, um dos principais eventos de empreendedorismo e inovação, nos dias 4 e 5 de outubro, para oferecer workshops sobre a melhor forma de aproveitar mentorias coletivas. 

Gabriel destaca um movimento importante de interesse de grandes empresas cariocas em trabalhar com inovação aberta para a solução de problemas dentro de suas organizações. Mas, principalmente, o Líder de Comunidade identifica as universidades como as maiores fontes de inovação. 

“Os jovens representam o empreendedorismo inovador. Eles ajudam a impulsionar  mudanças no mundo e na forma como ele funciona. É por isso que eu costumo ter tanto foco em trabalhar com universitários. Precisamos dessa energia e desse ímpeto de mudança no nosso estado”, afirma. 

Um exemplo disso é a Toti Diversidade, startup acelerada também pelo InovAtiva de Impacto Socioambiental no Ciclo 2020.1. O grupo de jovens empresários cariocas teve a ideia de fundar a startup em um programa de extensão universitária e decidiu se empenhar para trabalhar com o ensino e inclusão de refugiados e migrantes no mercado de trabalho da tecnologia. Hoje, já trabalham em conjunto com grandes empresas, como Itaú Unibanco, Hospital Israelita Albert Einstein, Nubank, Grupo Globo e Neon e já alcançaram o marco de mil pessoas impactadas diretamente e 3 mil indiretamente. 

Em dez anos de atuação nacional, o InovAtiva já apoiou o desenvolvimento de 266 startups do estado do Rio de Janeiro. “Nossa missão é fomentar ecossistemas para propiciar cada vez mais negócios em escala regional e nacional. Estamos de portas abertas para o diálogo e para propagar conhecimento e conexões valiosas para novos empreendedores”, finaliza Gabriel.