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Confronto em Madureira paralisa BRT e fecha escolas

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2025 — Uma noite de confrontos armados, ônibus em chamas e paralisia do transporte público marcou mais um episódio da falência da política de segurança no bairro de Madureira, na Zona Norte da capital fluminense.

Estado recua, crime avança e o povo paga o preço
Madureira voltou a viver um cerco noturno nesta terça-feira, em mais uma demonstração de que a guerra declarada entre facções e forças policiais se dá sobre o corpo da população trabalhadora. Por quase duas horas, o BRT parou. Ao menos 21 ônibus foram sequestrados e usados como barricadas. O bairro virou campo de ocupação, não por causa de uma operação de Estado planejada, mas de um confronto desordenado, onde a lógica da força substitui qualquer tentativa de mediação social.

A operação da Polícia Militar na comunidade da Serrinha, iniciada na véspera, descambou para a repressão improvisada com bombas de efeito moral, prisões aleatórias e cerco territorial. O saldo foi o caos no transporte público, quatro escolas com aulas suspensas e centenas de moradores impedidos de voltar para casa com segurança.

Ônibus como barricadas e uma cidade sitiada
O epicentro da crise foi a Avenida Ministro Edgar Romero, uma das artérias da Zona Norte. Ali, a partir das 17h30, criminosos tomaram 21 veículos — entre municipais, intermunicipais e um articulado do BRT — e atravessaram os ônibus no meio da via. Nem o aparato ostensivo do Comando de Operações Especiais conseguiu reverter a lógica de domínio.

Segundo a Rio Ônibus, 83 veículos foram sequestrados apenas em 2025. A MOBI-Rio precisou suspender o serviço entre as estações Manaceia e Vicente de Carvalho, e só restabeleceu parcialmente a circulação após as 19h.

Escolas fechadas, moradores presos e silêncio institucional
Enquanto isso, a vida nas margens da cidade foi mais uma vez suspensa. Quatro escolas municipais cancelaram aulas. Mecânicos foram enviados para tentar resgatar os ônibus. Linhas foram desviadas. Mas nenhuma autoridade apareceu para responder publicamente sobre os efeitos desse tipo de operação sobre a população.

A narrativa de “pacificação” já não se sustenta nem como propaganda. O que se vê é a repetição de uma rotina em que a ausência de política vira política de segurança — e o direito de ir e vir é entregue ao arbítrio das armas, sejam elas empunhadas pelo tráfico ou pela polícia.

Lacoste comanda o território, o Estado não comanda nada
O alvo da operação é Wallace Brito Trindade, o Lacoste, apontado como chefe do tráfico na região. Mas nenhuma prisão de alto escalão foi anunciada. Nenhuma apreensão relevante foi registrada. O que resta é a ocupação punitiva e temporária de um território que volta ao controle do crime assim que a tropa se retira.

Esse modelo fracassado, herdado de administrações que nunca enfrentaram as raízes da desigualdade urbana, segue sendo repetido com ares de espetáculo. O custo é pago por quem precisa sair de casa para trabalhar, estudar ou sobreviver.

Perguntas e Respostas

Quantos ônibus foram usados como barricadas?
Ao menos 21 ônibus, incluindo veículos do BRT e linhas municipais.

Quais escolas suspenderam as aulas?
Quatro unidades da rede municipal em Madureira.

Quem lidera o tráfico na região?
Wallace Brito Trindade, conhecido como Lacoste, segundo a polícia.

A operação resultou em prisões?
Apenas um homem foi preso, sem confirmação de vínculo com a liderança criminosa.

Quando o BRT voltou a funcionar?
Após as 19h20, com reforço policial na região.

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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