Rio de Janeiro – A população de Jacarepaguá reclama da falta de ar-condicionado nos ônibus e das condições precárias dos coletivos. A Associação de Moradores e Amigos da Freguesia (Amaf) formalizou uma queixa junto à Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), cobrando soluções.
Passageiros relatam também a presença de insetos, bancos sujos e goteiras. Pelo menos 12 linhas são alvo de críticas: 341, 368, 390, 399, 500, 550, 565, 766, 880, 863, 881 e 932.
Reclamações se acumulam
A queixa foi protocolada no final de janeiro, após aumento nas reclamações desde novembro. O coordenador do Grupo de Trabalho de Mobilidade da Amaf, Lélio Araújo, explica que o problema vai além da falta de ar-condicionado. “Os aparelhos de refrigeração quebram e os ônibus, com janelas vedadas, viram verdadeiras estufas. O calor facilita a proliferação de insetos, e muitos passageiros relatam a presença de baratas”, afirma.
A entidade incentiva queixas na central 1746 da prefeitura, mas os moradores dizem que pouco mudou. Passageiros também relatam vazamentos de água dos aparelhos de ar-condicionado, prejudicando a viagem.
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Passageiros enfrentam dificuldades
Yuri Leal, presidente da Amaf, destaca que a climatização precária é agravada pela superlotação. “As goteiras são constantes, obrigando passageiros a ficarem em pé ou sentarem em bancos molhados”, critica. Ele também aponta a escassez de ônibus, especialmente aos fins de semana.
Morador da Freguesia há 27 anos, Gabriel Nunes, de 32 anos, trabalha como entrevistador do IBGE e usa os ônibus diariamente. Ele reclama da falta de conforto: “Muitos veículos não têm ar-condicionado ou não funcionam direito. A superlotação torna a viagem ainda pior. Outro dia, peguei um 611 e estava cheio de baratinhas”, relata.
Nunes cobra fiscalização mais rigorosa. “A cidade tem terminais importantes, como Alvorada, Tanque e Taquara, e vias movimentadas como a Avenida Geremário Dantas. É inaceitável essa situação”, completa.
Prefeitura promete fiscalizar
A SMTR informou que irá programar inspeções para verificar as reclamações das linhas citadas. A secretaria reforçou que as fiscalizações são diárias e que os ônibus com irregularidades são multados, perdem subsídios e podem ser lacrados.
Até 28 de fevereiro, foram aplicadas 961 multas em toda a cidade por falhas na climatização, má conservação e problemas de acessibilidade. No total, 220 veículos foram interditados.
Em dezembro, a prefeitura iniciou a instalação de sensores de temperatura nos ônibus para monitorar o funcionamento do ar-condicionado e punir empresas que descumprem as normas. Segundo a SMTR, já foram instalados 600 sensores.
Entenda o caso: problemas no transporte de Jacarepaguá
- Frota precária: passageiros denunciam ônibus sem ar-condicionado, sujeira e infestação de insetos.
- Queixa formalizada: Amaf levou o problema à SMTR em janeiro.
- Linhas afetadas: pelo menos 12 itinerários estão entre os mais problemáticos.
- Superlotação: passageiros enfrentam coletivos lotados, mesmo com problemas de climatização.
- Resposta da prefeitura: fiscalizações serão intensificadas e sensores de temperatura estão sendo instalados.