A Prefeitura do Rio inaugurou neste domingo (21/9) o Novo Mercado São José, em Laranjeiras, após sete anos de abandono.
O espaço histórico, conhecido como Mercadinho São José, reabre como polo gastronômico e cultural com 16 empreendimentos, entre hortifruti orgânico, queijaria, confeitaria, cozinha árabe, café especial, massas artesanais, sorvetes veganos, fermentados, bares e restaurantes. O mercado funcionará de terça a domingo, das 10h às 22h.

Patrimônio cultural recuperado
O prefeito Eduardo Paes destacou que a reabertura simboliza a devolução de um patrimônio cultural ao Rio.
“O Mercadinho São José é parte da alma carioca e não podia continuar abandonado. É muito bom devolver esse espaço para o carioca, totalmente remodelado, mas sem perder sua essência. Vamos seguir revitalizando espaços por toda a cidade”, disse Paes.
A inauguração contou com show de chorinho e edição ampliada da feira da Junta Local. Tombado como Patrimônio Cultural em 1994, o mercado tem importância histórica e afetiva para a comunidade carioca.

Gestão pública e privada
Fechado desde 2018, após disputa judicial com o INSS, o mercado foi comprado pela Prefeitura em 2023 por R$ 3 milhões. A gestão ficará a cargo de um consórcio liderado pela Engeprat, com curadoria da Junta Local, pelo prazo de 25 anos.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, ressaltou que o espaço é exemplo de cooperação entre poder público e iniciativa privada.
“Era um imóvel abandonado que agora renasce como espaço de gastronomia, lazer e cultura. Um símbolo da boa parceria para restaurar patrimônio e devolver história à cidade”, afirmou.
Estrutura e revitalização
O Novo Mercado São José abriga 11 boxes de produtores, duas lojas e três restaurantes, todos climatizados. Além do prédio original, foi construído um anexo de três andares com elevador e terraço.
Entre as relíquias recuperadas estão uma fonte centenária de água e os azulejos históricos da imagem de São José.
Segundo Natalia Arica, diretora de Comunidade da Junta Local, o objetivo é valorizar pequenos produtores:
“A ideia é que os restaurantes usem os produtos dos produtores locais, fortalecendo a economia e a cultura de bairro.”
Economia local e identidade cultural
Empreendedores celebraram a oportunidade de atuar no espaço revitalizado. Renata Gebara, sócia do boteco árabe Gebar, destacou o caráter afetivo do projeto:
“É uma oportunidade única. Estamos trazendo receitas da família e apostando na memória afetiva para construir o cardápio. A curadoria da Junta Local foi fundamental para garantir diversidade e qualidade.”
O mercado, que já funcionou como senzala e celeiro no século XIX e virou mercado popular em 1944, reafirma sua vocação como espaço de encontro comunitário, gastronomia e cultura.