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Pacotes de segurança evidenciam disputa entre Bacellar e Cláudio Castro

Presidente da Alerj se antecipa ao governador e apresenta projeto semelhante sobre crime violento

Rio de Janeiro — 7 de agosto de 2025 — A disputa por protagonismo entre o governador Cláudio Castro (PL) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), ganhou um novo capítulo nesta semana. Três dias após o chefe do Executivo anunciar o envio de dois pacotes de projetos prioritários — um sobre segurança pública e outro voltado à economia —, Bacellar protocolou proposta semelhante sobre o enfrentamento ao crime, antes mesmo da chegada da matéria do governo.

O movimento escancarou a tensão política entre os dois aliados, que desde 2023 protagonizam uma silenciosa — porém crescente — queda de braço pelo comando político do estado. O texto apresentado por Bacellar será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj a partir da próxima semana.


Propostas convergentes, rivalidade crescente

O “Pacote de Enfrentamento ao Crime Violento”, assinado por Bacellar, propõe medidas como:

  • Restrições às visitas íntimas para condenados por crimes hediondos;
  • Regulamentação do uso de inteligência artificial e reconhecimento facial em videomonitoramento urbano.

Esses pontos já haviam sido antecipados por Castro em entrevistas recentes. No entanto, ao protocolar primeiro, Bacellar garantiu prioridade de tramitação ao seu projeto. Segundo interlocutores do presidente da Alerj, o texto já estava em elaboração desde o recesso de julho. Nos bastidores, porém, o gesto foi interpretado como um recado político direto ao Palácio Guanabara.

A leitura é de que Bacellar tenta consolidar sua força institucional como alternativa a Castro para 2026. O gesto não é isolado: ambos acumulam desentendimentos públicos e privados desde a crise provocada pela exoneração do então secretário de Transportes Washington Reis (MDB), quando Bacellar assumiu o governo interinamente.

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Castro recua em apoio à sucessão de 2026

Na última terça-feira (5), durante entrevista ao telejornal RJ2, da TV Globo, Cláudio Castro sinalizou um novo distanciamento. Após ter declarado apoio à pré-candidatura de Bacellar ao governo estadual, o governador afirmou que a sucessão só será discutida “em 2026”. O recuo confirma o clima de desconforto entre os dois.

Apesar da tensão política, os projetos têm pontos de convergência. Ambos propõem:

  • Fim das “saidinhas” temporárias de presos em datas comemorativas;
  • Reformas na estrutura da Polícia Civil;
  • Ampliação do videomonitoramento urbano.

O pacote do governo inclui ainda a convocação de três mil policiais militares da reserva e a instalação de câmeras em postes, como parte de uma política de vigilância mais rígida nas áreas de maior incidência de crimes.


Disputa legislativa e sucessão em jogo

Com duas propostas semelhantes tramitando na Alerj, ganha prioridade o projeto protocolado primeiro — ou seja, o de Bacellar. A disputa, no entanto, vai além da tramitação legislativa. O episódio projeta o embate político que se desenha para a sucessão estadual de 2026 e transforma a pauta da segurança pública em campo de batalha entre os dois principais nomes do estado.

A violência urbana e a pressão por medidas efetivas também funcionam como catalisadores da rivalidade. Ambos tentam capitalizar politicamente com propostas populares em meio ao aumento de crimes violentos no estado, como mostrou o último levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ).


O que está em jogo

Quem apresentou o primeiro projeto?
Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, se antecipou ao governador e protocolou seu projeto antes do envio do Executivo.

Os pacotes são iguais?
Não, mas têm semelhanças. Ambos propõem fim das visitas íntimas e das “saidinhas”, além de reforço no policiamento e vigilância urbana.

O projeto de Bacellar tem prioridade?
Sim. Por ter sido protocolado antes, seu texto tramita primeiro nas comissões da Alerj.

Qual a relação entre Bacellar e Castro?
Ambos são aliados, mas disputam espaço político. O episódio reforça a tensão sobre a sucessão estadual em 2026.

Há apoio para as propostas?
Parlamentares ligados à base de ambos sinalizam apoio parcial. No entanto, setores da oposição devem judicializar pontos como as restrições a direitos de presos.


Rivalidade exposta e futuro incerto

A disputa entre Rodrigo Bacellar e Cláudio Castro deixa de ser subterrânea e se projeta como um dos principais eixos políticos do Rio de Janeiro até 2026. Com propostas semelhantes e objetivos distintos, ambos tentam controlar a narrativa da segurança pública para reforçar seus projetos de poder.

A antecipação de Bacellar tensiona a base governista e obriga o governador a reagir politicamente. Ao mesmo tempo, abre espaço para uma disputa de visibilidade que vai além do plenário da Alerj — e que pode reconfigurar o cenário eleitoral fluminense.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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