PMs são absolvidos pela morte do dançarino DG, do ‘Esquenta’

André Luiz
Foto: Reprodução / TV Globo

A Justiça do Rio de Janeiro absolveu nesta quarta-feira (16) os quatro policiais militares envolvidos na morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, encontrado morto em abril de 2014 durante uma operação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela Pavão-Pavãozinho. O julgamento ocorreu no 1º Tribunal do Júri da capital.

Após a apresentação dos argumentos da defesa e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que também pediu a absolvição dos réus, os jurados decidiram de forma unânime pela inocência dos policiais.

Walter Saldanha Corrêa Júnior, apontado como autor do disparo que matou DG, e os PMs Rafael de Aguiar do Nascimento, Alessandro da Silva Oliveira e Éder Palinhas Ribeiro, acusados de falso testemunho, foram liberados das acusações. A decisão foi proclamada pela juíza Alessandra Rocha Lima Roidis.

Durante o processo, a defesa de Walter Corrêa Júnior argumentou que as provas apresentadas, como o laudo da perícia, não confirmavam a sequência dos fatos ou as lesões no corpo da vítima que sustentassem a versão acusatória. Ele chegou a ser preso em 2014, mas foi liberado por habeas corpus em 2015 e aguardava o julgamento em liberdade.

Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, trabalhou por quatro anos como dançarino no programa “Esquenta”, da TV Globo, apresentado por Regina Casé. Sua morte gerou grande comoção, especialmente na comunidade do Pavão-Pavãozinho, onde amigos e familiares acreditavam que ele havia sido confundido com um traficante durante a operação policial.


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Relembre o caso

O caso aconteceu em 22 de abril de 2014. Na manhã daquele dia, o corpo de DG foi encontrado em uma escola localizada na parte alta da favela, após um confronto armado entre policiais e traficantes na noite anterior. Laudos da perícia indicaram que o dançarino foi atingido por um tiro nas costas, o que resultou em hemorragia interna e lesões fatais no pulmão.

A versão apresentada pelo policial Walter Saldanha relatou que o tiroteio começou quando ele e outros oito policiais patrulhavam a favela na busca por um traficante identificado como Pitbull.

Segundo Walter, os PMs teriam sido recebidos a tiros por criminosos e se abrigaram em um prédio de cinco andares próximo a uma quadra de esportes.

Douglas Rafael, o DG, foi reconhecido por sua mãe, Maria de Fátima da Silva, técnica de enfermagem, que na época afirmou que o corpo apresentava sinais de espancamento e estava em posição de defesa. Ela declarou que só conseguiu ver o corpo do filho mais de 12 horas após o ocorrido.

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Formado em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida, já atuei em algumas mídias como SZRD, Mais Carnaval, O Fluminense e Instituto Mulheres Jornalistas.
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