O prefeito Eduardo Paes (PSD) sancionou a lei que cria oficialmente a Zona Sudoeste do Rio de Janeiro, publicada no Diário Oficial desta terça-feira (9). A medida decorre de projeto aprovado pela Câmara Municipal no último dia 14 e complementado por lei que detalhou o mapa da nova região, abrangendo bairros que vão da Barra da Tijuca a Grumari, incluindo Jacarepaguá, Recreio, Praça Seca e Vila Valqueire.
Segundo a Prefeitura, a mudança não altera a estrutura administrativa da cidade: os bairros continuam integrados à Área de Planejamento 4 (AP-4). Já a Zona Oeste, criada em 2021, corresponde à Área de Planejamento 5 (AP-5), que engloba Campo Grande, Santa Cruz e Deodoro.
Discussão na Câmara
A proposta foi apresentada pelo vereador Doutor Gilberto (SDD), que defendeu seu caráter simbólico, sem impacto financeiro.
“Em 2021 um projeto criou a Zona Oeste, ficando de fora todos esses bairros citados para compor a Zona Sudoeste. O objetivo principal desse projeto é qualificar a expansão urbana e principalmente a distribuição espacial desses bairros”, disse em plenário.
O parlamentar destacou que não haverá mudança em IPTU ou outras bases tributárias, tratando-se de um “nome fantasia” que busca valorizar as características urbanas e socioeconômicas da região.
No entanto, a medida dividiu opiniões. O vereador Pedro Duarte (Novo) votou contra, argumentando que o recorte territorial pode acentuar a fragmentação da cidade.
Bairros incluídos
A Zona Sudoeste será composta pelos seguintes bairros:
- Barra da Tijuca
- Itanhangá
- Joá
- Recreio
- Camorim
- Vargem Pequena
- Vargem Grande
- Grumari
- Jacarepaguá
- Gardênia Azul
- Anil
- Curicica
- Cidade de Deus
- Freguesia
- Pechincha
- Taquara
- Tanque
- Praça Seca
- Vila Valqueire
- Barra Olímpica
Análise crítica
Embora de efeito prático limitado, a criação da Zona Sudoeste reacende debates históricos sobre a identidade territorial carioca, a expansão urbana desordenada e as disparidades regionais.
Especialistas apontam que mudanças simbólicas na nomenclatura podem ter impacto na percepção dos moradores, mas pouco contribuem para a solução de problemas concretos da região, como mobilidade precária, déficit de saneamento e insegurança pública.
Ao insistir em recortes que reforçam divisões internas, o Rio corre o risco de aprofundar desigualdades ao invés de avançar na integração de suas áreas mais populosas e em expansão.