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O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou em coletiva nesta quinta-feira (30) que moradores dos complexos da Penha e do Alemão podem ter cometido vilipêndio de cadáver ao remover dezenas de corpos da área de mata para uma praça pública, comportamento que estaria ligado a uma tentativa de chamar atenção da imprensa.
A operação policial realizada na última terça-feira (28) deixou 121 mortos, entre suspeitos e policiais.
Questionado sobre relatos de corpos decapitados, Curi desafiou a versão que aponta ação policial, declarando:
“Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça? Eles [moradores] podem ter feito isso justamente para chamar a atenção da imprensa.”
Segundo o secretário, vídeos e fotos indicam que parte das vítimas estava com roupas camufladas e equipamentos de guerra, provavelmente removidos pelos moradores ao serem levados para a praça São Lucas.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar suspeitas de fraude processual decorrente dessas remoções, que envolveriam uso de carros roubados para transportar os cadáveres, o que teria causado novas lesões nos corpos. A perícia será responsável por identificar se essas lesões ocorreram em vida ou pós-morte.
Ao lado de Felipe Curi, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, reforçou que os resultados da perícia são fundamentais para a avaliação da responsabilização sobre a operação policial.
Até o momento, 50 corpos foram identificados e 15 liberados para sepultamento, com a divulgação dos nomes prevista para momento oportuno.
Essa séria acusação coloca sob suspeita movimentos locais e requer rigorosa apuração para garantir a verdade e justiça em meio à crise da segurança pública no Rio.
