TRE-RJ cria grupo de elite para combater crimes cibernéticos, fake news e influência do crime organizado nas eleições

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou nesta segunda-feira (20) a formação de um grupo de elite voltado para o combate a crimes cibernéticos, como fake news e deep fakes, além de iniciar o mapeamento das seções eleitorais sob possível influência do crime organizado.

A iniciativa foi apresentada durante o painel “Organizações Criminosas e Eleições”, realizado no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com a presença de autoridades do Judiciário, Ministério Público e forças de segurança.

Conforme o corregedor regional eleitoral, desembargador Claudio de Mello Tavares, a ação conjunta marca uma articulação “sem precedentes”, pois une as melhores instituições de inteligência e segurança para atuar de forma integrada, rompendo com a antiga lógica de trabalho isolado. A infiltração do crime organizado nas eleições foi classificada por ele como “uma das mais graves ameaças à fundação da República”.

O grupo de trabalho terá o desafio de mapear, identificar e impedir candidaturas ligadas ao tráfico de drogas e às milícias. As seções eleitorais consideradas vulneráveis à coação dos eleitores poderão ter seus locais de votação alterados para garantir a liberdade do voto, criando “fortalezas de cidadania”, conforme explicou Tavares.

Outra frente de atuação é o núcleo especializado em crimes digitais, cujo foco principal será o combate à disseminação de notícias falsas e deep fakes no período eleitoral, visando proteger a “guerra pela verdade” que acontece no ambiente digital.

A presidente do TRE-RJ, desembargadora Peterson Barroso Simão, garantiu que aqueles que violarem as normas eleitorais e a integridade do processo terão resposta rápida da Justiça Eleitoral. Paralelamente, a Escola Judiciária Eleitoral promoveu debates sobre o impacto da desinformação, inteligência artificial e discurso de ódio nas eleições, com destaque para a necessidade urgente de educação midiática.

A desembargadora Maria Helena Pinto, diretora da EJE-RJ, destacou o avanço da sofisticação das fake news, que hoje se confundem facilmente com notícias verdadeiras. Já a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Estela Aranha, apontou as redes sociais como amplificadoras da polarização e da radicalização política, além dos riscos da falta de transparência e uso indevido de bots e inteligência artificial.

Por fim, o desembargador Cláudio dell’Orto, diretor-geral da Emerj, destacou a educação midiática como ferramenta essencial para reduzir o impacto da desinformação e citou o Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação do TSE como uma iniciativa exemplar.

Essas medidas, somadas, representam um esforço coordenado para assegurar que as eleições de 2026 ocorram com lisura, segurança e respeito à vontade dos eleitores.

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