O presidente Vladimir Putin anunciou neste domingo (26) que a Rússia testou com sucesso um novo míssil de cruzeiro movido a propulsão nuclear, tecnologia considerada uma das mais avançadas e controversas da atual corrida armamentista global.
Segundo o mandatário, o novo armamento foi projetado para “confundir as defesas existentes” e deve entrar em operação nas forças armadas russas nos próximos meses.
⚙️ Míssil Burevestnik percorreu 14 mil quilômetros
Imagens divulgadas pelo Kremlin mostram Putin reunido com o chefe do Estado-Maior russo, general Valery Gerasimov, que relatou os resultados do teste.
De acordo com o general, o míssil — identificado como Burevestnik — percorrreu 14 mil quilômetros em 15 horas de voo contínuo, demonstrando alcance praticamente ilimitado graças ao sistema de propulsão nuclear experimental.
O teste foi realizado na última terça-feira (21), em local não revelado, e, segundo o Kremlin, “cumpriu todos os parâmetros planejados”.
🛰️ Arma de longo alcance e debate internacional
Especialistas em defesa afirmam que o Burevestnik é uma das armas mais ambiciosas do programa estratégico russo, anunciado por Putin em 2018. O míssil seria capaz de contornar radares e sistemas antimísseis ocidentais, mantendo voo em altitude variável por longos períodos.
Por outro lado, analistas alertam para riscos ambientais e de segurança associados à propulsão nuclear. Um teste anterior do mesmo projeto, em 2019, resultou em explosão e vazamento radioativo na região de Arkhangelsk, no norte da Rússia.
🌍 Contexto geopolítico
O novo teste ocorre em meio a tensões crescentes com os Estados Unidos e a OTAN, especialmente após a suspensão de acordos de controle de armas estratégicas, como o Tratado New START.
Putin afirmou que a Rússia continuará “modernizando seu arsenal para garantir a soberania e a segurança nacional”, reiterando que o país “não busca confronto, mas está preparado para responder a qualquer ameaça”.

