Absurdo

‘Inaceitável’, diz Padilha ao desistir de viagem aos EUA por restrições impostas

Ministro da Saúde Alexandre Padilha acusa governo americano de afronta após limitações que inviabilizaram sua agenda na ONU e na Opas

JR Vital
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Alexandre Padilha - Foto: Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (19) que desistiu de viajar para os Estados Unidos após o governo americano impor restrições consideradas “inaceitáveis” para sua participação na Assembleia Geral da ONU e em reuniões paralelas.

Padilha havia recebido o visto norte-americano na última terça-feira (16), mas foi informado de que só poderia circular em um perímetro limitado de cinco quarteirões em Nova York, próximo à sede da ONU. Além disso, estaria proibido de viajar a Washington, o que inviabilizou sua presença na Assembleia da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

“Inaceitável as condições, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades das quais nós somos convidados”, afirmou Padilha.

O que as restrições dos EUA impuseram

  • Circulação restrita: apenas em cinco quarteirões ao redor do hotel, da ONU e da missão do Brasil;
  • Proibição de deslocamento: impedido de ir de Nova York a Washington;
  • Autorização prévia: qualquer agenda fora do perímetro dependeria de pedido com 48h de antecedência ao governo americano.

Compromissos inviabilizados

Com as limitações, Padilha não poderia:

  • anunciar um reforço financeiro brasileiro ao fundo estratégico da Opas para compra de vacinas e medicamentos contra o câncer;
  • atuar como presidente da parceria dos Brics em saúde;
  • participar de reuniões do G20 e Mercosul;
  • visitar hospitais e se reunir com empresas americanas interessadas em investir em vacinas no Brasil.

Críticas aos EUA

Em “nota dura” enviada à Opas, o ministro acusou os EUA de afronta e disse que o Brasil não se intimidará:

“Eles até podem impedir a presença do ministro, mas a ideia da defesa da ciência, da defesa da vacina, esse presidente dos Estados Unidos não vai conseguir impedir”, declarou.

Padilha afirmou ainda que a resposta do Brasil será ampliar investimentos em tecnologia e produção nacional de vacinas, reforçando a soberania e a integração regional em saúde.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.