Orgulho nacional

Singapura 2025: Carol Santiago faz trinca de ouros

Brasil vai ao pódio por seis vezes pelo 5º dia

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Carol Santiago - Mundial Paralímpico de Natação - Singapura 2025 - Foto: Wander Roberto/CPB25

O Brasil conquistou mais seis medalhas no Mundial de natação paralímpica em Singapura nesta quinta-feira, 25. Com isso, o país chega a cinco dias consecutivos com ao menos seis pódios no evento.
 

As finais desta quinta-feira foram palco da conquista do terceiro ouro individual da pernambucana Carol Santiago em Singapura, agora nos 100m livre S12 (baixa visão), após ela já ter vencido os 50m livre e os 100m costas. Também foram palco de um novo recorde mundial brasileiro, obtido pelo paulista Gabriel Bandeira nos 200m medley para a classe SM14 (deficiência intelectual).
 

O Brasil está na sexta colocação do quadro de medalhas, com 10 ouros, 12 pratas e nove bronzes. O ranking é liderado pela China, que tem 26 medalhas ao todo, 15 delas de ouro, além de seis pratas e cinco bronzes. A segunda colocação é da Itália, com 13 ouros, 12 pratas e 10 bronzes, e a terceira é a Ucrânia, com 12 ouros, 13 pratas e 12 bronzes.
 

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Invencibilidade e mais um ouro de Carol Santiago

A pernambucana Carol Santiago venceu os 100m livre S12 (baixa visão) com tempo de 1min00s51. Na mesma prova, o Brasil ainda conquistou uma medalha de bronze com a paraense Lucilene Sousa, que marcou 1min01s21. A prata foi para a japonesa Ayano Tsujiuchi (1min00s73).
 

Em Singapura, Carol também venceu os 100m costas e os 50m livre e fez parte do revezamento 4x100m medley 49 pontos (para atletas com deficiência visual).
 

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Com isso, Carol, maior campeã paralímpica da história do Brasil e maior medalhista mundial da delegação brasileira, manteve sua invencibilidade nos 50m livre e nos 100m livre em todas as edições de Mundial que disputou (Londres 2019, Ilha da Madeira 2022, Manchester 2023 e Singapura 2025). A pernambucana ainda se tornou tricampeã dos 100m costas neste ano.
 

“Confesso que não estou tão rápida quanto eu esperava nesta competição, mas fico feliz de trazer mais um ouro para o Brasil e treinar outras situações. É a primeira vez em que faço um programa de provas menor, tenho um espaço maior entre uma prova e outra e preciso me acostumar com isso também, a não estar o tempo todo no esforço, conseguir descansar e performar. Estou bem satisfeita com o campeonato Mundial. Três provas individuais, três medalhas de ouro e um recorde mundial no revezamento”, disse Carol.
 

A pernambucana contou que não sabia da aproximação da segunda colocada nos últimos metros de sua prova. “Eu não tinha a menor noção. Por um instante, pensei que eu pudesse ter ficado em segundo quando escutei meu tempo. Mas ainda bem que fiquei em primeiro e trouxe mais um ouro para o Brasil”, afirmou.
 

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Recorde mundial com Gabriel Bandeira

O paulista Gabriel Bandeira conquistou o ouro e o recorde mundial dos 200m medley SM14 (deficiência intelectual) ao completar a prova em 2min05s40. O segundo colocado foi o britânico Rhys Darbey, com 2min05s84 e o medalhista de bronze foi o canadense Nicholas Bennett, com 2min06s30.
 

Gabriel se manteve na liderança da prova durante a primeira metade da disputa, no nado borboleta e no costas. O paulista chegou a ser ultrapassado por Nicholas Bennett após a batida dos 150 metros, no nado peito, mas conseguiu recuperar a primeira colocação nos últimos 50 metros, com o nado livre, recebendo forte apoio dos brasileiros presentes no OCBC Aquatic Centre.
 

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O recorde mundial anterior era de Nicholas Bennett, terceiro colocado em Singapura, que registrou 2min05s97 em Toronto, no Canadá, em maio de 2024.
 

O paulista já havia conquistado a prata nesta prova nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e o ouro no Mundial da Ilha da Madeira, em 2022. Já em Manchester 2023 o atleta ficou na décima colocação.
 

“Eu também bati o recorde mundial na Ilha da Madeira. Depois, foi difícil voltar a nadar bem essa prova. [Hoje] encaixei certinho a prova e veio recorde”, comemorou Gabriel.
 

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Mais brasileiros na água

O Brasil abriu as finais nesta quinta-feira com medalha de bronze logo na primeira prova. O pódio foi conquistado pela mineira Laila Suzigan Abate nos 100m peito SB5 (comprometimento físico-motor), com 1min48s14. O ouro ficou com a britânica Grace Harvey, que completou a prova em 1min42s88, e a prata com a ucraniana Anna Hontar, com 1min46s78.
 

A marca de Laila é o novo recorde das Américas. Antes, o melhor resultado para a prova de uma atleta do continente era de 1min48s85, registrado pela própria Laila em maio de 2023, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
 

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“Os Jogos de Paris foram muito difíceis para mim. A gente mudou a estratégia e trocou de prova. Tem um ano que eu estou treinando para essa prova. A gente sabia que podia dar [um bom resultado], treinou o máximo a minha cabeça para eu sair daqui feliz independente do resultado porque Paris foi muito duro para mim. Enquanto eu entrava, eu fiquei pensando: ‘só quero sair feliz’. Não estou acreditando. Eu treino para 400m há muito tempo e foi um tiro no escuro para não desistir. Sou muito grata à comissão técnica, ao Praia Clube, a todo mundo que acreditou”, afirmou Laila.
 

Nos 50m livre S4 (comprometimento físico-motor). o Brasil conquistou duas medalhas. A carioca Lídia Cruz encerrou a prova em 38s98 e ficou com a prata, enquanto a mineira Patrícia Pereira marcou 41s02 e conquistou o bronze. O ouro foi para a norte-americana Katie Kubiak , que completou a distância em 36s83 e estabeleceu um novo recorde mundial.
 

Nos 100m livre S11 (cegos), o catarinense Matheus Rheine ficou na quinta colocação, com 1min00s13. A prova foi vencida pelo tcheco David Kratochvil (56s30), com prata para o ucraniano Danylo Chufarov (57s46) e bronze para o holandês Rogier Dorsman (57s61).
 

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A catarinense Mayara Petzold completou so 50m livre da classe S6 (comprometimento físico-motor) em 35s09, na quarta colocação. O ouro foi para a ucraniana Anna Hontar (32s79), a prata para a chinesa Yuan Jiang (32s83) e o bronze para a irlandesa Dearbhaile Brady (34s69).
 

A paulista Maiara Barreto ficou na sétima colocação dos 50m livre da classe S3 (comprometimento físico-motor), com 1min05s54.A norte-americana Leanne Smith foi ouro com 40s42, seguida pelas espanholas Marta Infante (43s12) e Delia Cervera (47s82).
 

O carioca Douglas Matera encerrou os 100m livre da classe S12 masculino na sétima colocação, com 55s14. O ouro foi para o francês Kylian Portal (53s16), a prata para o ucraniano aksym Veraksa e o bronze para Raman Salei, do Azerbaijão (54s01).
 

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O paulista Gabriel Cristiano ainda competiu nos 50m livre S8 (comprometimento físico-motor) e foi desclassificado pela arbitragem após chegar na sétima colocação.

Brasil em Singapura

A delegação do Brasil que disputa o Mundial de Singapura, que vai de 21 a 27 de setembro, conta com 29 nadadores, 16 homens e 13 mulheres, oriundos de sete estados (MG, PA, PE, PR, RJ, SC e SP). São Paulo, com dez convocados, é o estado com o maior número de nadadores.

O grupo é formado pelos 24 nadadores que atingiram índices estipulados pelo CPB em três oportunidades: o Circuito Paralímpico – Fase Seletiva e a Primeira Etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa, em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico; e o World Series de Guadalajara, no México.

Outros cinco nadadores foram convocados por terem o Índice Mínimo de Qualificação (MQS, na sigla em inglês) do Mundial e também apresentarem as melhores marcas para formar equipes de revezamentos. No último Mundial da modalidade, Manchester 2023, o país subiu 46 vezes ao pódio, conquistando 16 medalhas de ouro, 11 de prata e 19 de bronze. Os pódios deixaram o Brasil na quarta colocação no quadro de medalhas, atrás de Itália, Ucrânia e China, superando a anfitriã Grã-Bretanha em uma disputa acirrada até a última prova da competição.

A melhor campanha do Brasil na história dos Mundiais de natação paralímpica foi registrada na Ilha da Madeira, em Portugal, em 2022. O país encerrou a disputa com 53 medalhas, 19 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze. Com isso, ficou na terceira colocação do quadro de medalhas do evento, somente atrás de Estados Unidos e Itália.

Confira os resultados dos brasileiros nas finais:

Douglas Matera
100m livre S12 – sétimo lugar – 55s14

Gabriel Bandeira
200m medley SM14 – Ouro – 2min05s40

Gabriel Cristiano
50m livre S8 – Sétimo lugar – 27s95

Laila Abate
100m peito SB5 – Bronze – 1min48s14

Lídia Cruz
50m livre S4 – Prata – 38s98

Maiara Barreto
50m livre S3 – Sétimo lugar – 1min05s54

Matheus Rheine
100m livre S11 – Quinto lugar – 1min00s13

Mayara Petzold
50m livre S6 – Quarto lugar – 35s09

Patrícia Pereira
50m livre S4 – Bronze – 41s02

Patrocínios
As Loterias Caixa e a Caixa são as patrocinadoras oficiais da natação.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.