Podem ser os próximos

Sóstenes Cavalcante chama Moraes de “psicopata” e lidera ofensiva bolsonarista após prisão do chefe golpista

Deputados do PL transformam decisão do STF em combustível político enquanto a cúpula do partido tenta conter danos e reorganizar sua estratégia após a detenção preventiva do ex-presidente.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Sóstenes Cavalcante chama Moraes de psicopata

O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, reagiu à prisão preventiva de Jair Bolsonaro, executada na manhã de 22 de novembro de 2025, com ataques de extrema gravidade ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O parlamentar classificou o ministro como “psicopata”, transformando a decisão judicial em munição para o discurso de radicalização do bolsonarismo — uma estratégia já conhecida para mobilizar sua base e tensionar instituições.

A prisão ocorreu após análise da Polícia Federal, que apontou risco à ordem pública diante da convicção bolsonarista em promover mobilização noturna convocada pelo senador Flávio Bolsonaro, marcada para este sábado em Brasília. O ministro Moraes autorizou a medida cautelar após a avaliação de que a vigília poderia catalisar atos de desestabilização.

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Fato: Sóstenes Cavalcante reage com ataques violentos ao STF após prisão de Bolsonaro.
Causa: Decisão de prender o ex-presidente diante de risco institucional gerado por mobilização convocada por seus aliados.
Consequência: Reforço do tensionamento político e uso estratégico da vitimização para mobilizar a base bolsonarista.

  • Data da prisão: 22/11/2025
  • Motivação: Garantia da ordem pública
  • Autor da decisão: Ministro Alexandre de Moraes
  • Local da mobilização: Jardim Botânico, Brasília
  • Líder da reação política: Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

Em sua fala, Sóstenes elevou o tom ao afirmar que “prender o ex-presidente no dia 22, em um sábado de manhã, por causa de uma vigília, seria o maior estado de um psicopata em alto grau”. O deputado reforçou o ataque ao dizer que o episódio seria “mais um capítulo da psicopatia do Alexandre de Moraes”. A escolha das palavras mostra o alinhamento total entre o discurso do líder do PL e o núcleo radical da militância bolsonarista, que há anos utiliza retórica agressiva contra o STF.

A reação organizada do PL e o encontro com Valdemar Costa Neto

O deputado afirmou que se reunirá com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em Minas Gerais, onde ambos participariam de um evento partidário. Segundo ele, a continuidade da agenda e os próximos passos serão avaliados em conjunto, numa tentativa de reorganizar a linha política do partido diante da detenção do seu principal ativo eleitoral e símbolo máximo da extrema direita.

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A prisão preventiva foi decretada com base na avaliação de que a vigília convocada para esta noite tinha potencial de gerar novo tensionamento institucional. O histórico recente reforçou o alerta: atos “espirituais” convocados pelo bolsonarismo costumam se converter em manifestações políticas — e, em alguns casos, violentas.

Reações no ecossistema bolsonarista: vitimização como combustível político

Nas redes sociais, a prisão desencadeou uma série de manifestações de parlamentares alinhados ao ex-presidente. Sóstenes afirmou que “Bolsonaro sempre será inocente”, ignorando a condenação por tentativa de golpe de Estado, e disse considerar a decisão “injusta”.

O deputado Zucco, líder da oposição na Câmara, afirmou em vídeo que a prisão seria uma “vingança” e que “aquele que lutou contra o sistema agora é refém dele” — reforçando a narrativa conspiratória usada reiteradamente pelo bolsonarismo.

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A deputada Caroline de Toni classificou a prisão como “um dos maiores absurdos cometidos pela justiça brasileira”, ecoando a mesma estratégia discursiva: transformar uma decisão judicial fundamentada em uma suposta perseguição política.

Enquanto isso, a Polícia Federal reiterou, em nota, que apenas cumpriu o mandado expedido pelo STF — um lembrete de que o funcionamento institucional segue operando apesar do ruído político criado pelos aliados de Bolsonaro.

Projeção de Cenário

A reação do PL evidencia que a prisão de Bolsonaro não encerra o ciclo de radicalização — ela o acelera. A insistência em ataques frontais ao STF demonstra que setores da extrema direita seguem utilizando o conflito como método político. O desafio democrático agora é impedir que a retórica de vitimização abasteça novas mobilizações insurrecionais. O país precisa avançar em políticas de educação cívica, transparência institucional e fortalecimento do jornalismo independente para imunizar a sociedade contra discursos antidemocráticos.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.