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Trump trava vistos da comitiva brasileira à ONU

Estados Unidos atrasam liberação de vistos de membros da delegação de Lula, gerando tensão diplomática e constrangimento à diplomacia brasileira.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Donald Trump - Foto: Daniel Torok

A delegação brasileira que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, enfrenta atrasos na emissão de vistos pelos Estados Unidos, a uma semana do início do Debate Geral. A situação preocupa o Itamaraty e é interpretada por diplomatas como forma de constrangimento político à comitiva nacional.

O visto de Lula está garantido, mas outros integrantes permanecem sem documentação emitida, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores. O órgão confirmou que as solicitações estão em processamento, sem detalhar o número de documentos pendentes.

“Nossa expectativa é que correrá bem”, declarou Marcelo Viegas, diretor do Departamento de Organismos Internacionais, reforçando que a liberação de vistos não garante automaticamente a entrada no país.

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Pressão política e violação de acordos internacionais

A avaliação do Itamaraty é que os vistos podem ser liberados de última hora, estratégia recorrente dos EUA como pressão política. Na semana passada, o governo brasileiro levou o tema a um comitê da ONU que trata de restrições de acesso a países-sede, alertando que qualquer impedimento violaria o acordo de sede da ONU, assinado em 1947.

Em caso de restrições, Brasília poderá acionar procedimento arbitral no âmbito da ONU, contestando o ato como violação das normas que garantem o livre acesso de representantes oficiais às atividades multilaterais.


Contexto de tensão diplomática

A tensão bilateral se intensificou após medidas punitivas aplicadas pelos EUA contra ministros do governo Lula, incluindo o cancelamento de vistos pessoais ou familiares do titular da Saúde, Alexandre Padilha, e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O Itamaraty segue atuando para reverter essas ações.

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Especialistas em relações internacionais avaliam que a postura estadunidense evidencia tentativas de constrangimento político, ao mesmo tempo em que desafia o compromisso histórico do país com o livre acesso de delegações estrangeiras à ONU.

O episódio reforça o clima de disputa diplomática e evidencia a importância de o Brasil defender seu protagonismo internacional, mantendo a presença efetiva e respeitando os protocolos multilaterais.


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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.