A Ucrânia realizou neste domingo (24) o maior ataque com drones contra a Rússia desde 2022, segundo agências internacionais. Autoridades russas confirmaram que a ação atingiu a Usina Nuclear de Kursk e provocou um grande incêndio no terminal de exportação de combustível de Ust-Luga, no Golfo da Finlândia.
Apesar das conversas sobre um eventual acordo de paz, o maior conflito europeu desde a Segunda Guerra Mundial segue ativo ao longo de uma linha de frente de 2.000 quilômetros, marcada por ataques de drones e mísseis em ambos os lados.
Usina de Kursk tem capacidade reduzida
De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, 95 drones ucranianos foram abatidos em mais de dez regiões do país no dia 24 de agosto, data em que Kiev celebra sua independência da União Soviética (1991).
Na Usina Nuclear de Kursk, localizada a 60 km da fronteira, um drone explodiu próximo ao reator nº 3, danificando um transformador auxiliar e reduzindo em 50% a capacidade operacional da unidade.
A direção da usina afirmou que os níveis de radiação permanecem normais e não houve vítimas. Dois reatores estão desligados, outro passa por manutenção programada, e apenas parte da estrutura segue em operação.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou ter recebido informações sobre o ataque e destacou a necessidade de reforço na segurança de todas as instalações nucleares da região.
Incêndio em terminal de combustível
Cerca de mil quilômetros ao norte, dez drones ucranianos foram derrubados sobre o porto de Ust-Luga, no Mar Báltico. Os destroços atingiram o terminal de exportação de combustível da Novatek, um dos maiores da região, provocando um grande incêndio.
Pentágono limita ataque com mísseis de longo alcance
Segundo o Wall Street Journal, o Pentágono bloqueou o uso de mísseis táticos americanos pela Ucrânia contra alvos em território russo. A decisão teria sido tomada para evitar escalada do conflito.
Os Estados Unidos são os principais fornecedores de mísseis de longo alcance a Kiev. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, tem a palavra final sobre o uso desses armamentos e também sobre equipamentos de aliados europeus que dependem de tecnologia norte-americana.
Pressão diplomática de Trump
O episódio ocorre em meio à tentativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de viabilizar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Em reunião recente no Alasca com Vladimir Putin, Trump afirmou ver “25% de chance de fracasso” nas negociações, mas classificou o encontro como uma etapa preparatória para futuras conversas que devem incluir o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

