República Democrática do Congo e o conflito sem fim

Especialista aponta os principais motivos pelos quais a guerra ainda não terminou e o que os envolvidos devem fazer para solucionar o problema

Atualmente a situação na República Democrática do Congo (RDC) tem causado um grande impacto no país, gerando fome, abandono e, consequentemente, muitos imigrantes no mundo todo. Mas afinal, por que isso está acontecendo?

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De acordo com a professora do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG, Flávia Carolina de Rezende Fagundes, o conflito inclui várias causas, como, questões étnicas, disputa pelo controle de áreas ricas em minérios por grupos armados, disputa pela preponderância na região dos Lagos e a atuação de grandes potências.

“No momento, atuam no país mais de 100 grupos armados e a parte mais afetada acaba sendo a população local, que são vítimas de violações generalizadas de direitos humanos, deslocamentos forçados, falta de acesso à serviços básicos, situação agravada pelo surto de Ebola, entre outros. Além disso, a intensificação dos ataques levou ao fechamento de escolas por todo o Congo, o que causará um grande prejuízo para as novas gerações”, afirma a especialista. 

A situação persistente dificulta a economia, uma vez que deslocamentos forçados podem interromper as atividades cotidianas. “Nesse sentido, a ONU tem evidenciado os efeitos do conflito na educação do país, crianças e jovens podem perder a oportunidade de desenvolver habilidades necessárias para sair da pobreza e enfrentar os desafios econômicos provocados pela realidade local”. 

O conflito já se estende por décadas. A primeira Guerra do Congo iniciou em 1996 e teve uma conexão direta com o genocídio ocorrido em 1994 no país vizinho, Ruanda. “Com o fim do combate, quase dois milhões de Hutus atravessaram a fronteira para o Congo. Nesse contexto, as forças em Ruanda começaram a atuar dentro do território vizinho. É por isso que precisamos pensar em termos regionais, tendo em vista que os principais atores da guerra atuam em Ruanda e no Congo, com ligações locais e internacionais”, explica.

De acordo com a ONU, mais de 1 milhão de congoleses buscaram asilo. Esses refugiados ficaram em sua maioria nos países vizinhos, como África do Sul, Burundi, Tanzânia, Zâmbia, Angola e Uganda (onde está a maior parte dos refugiados, em torno de meio milhão).  No momento, é observado uma tentativa dos países africanos em serem os protagonistas da paz na região, principalmente tendo em vista que a missão de união na RDC tem mais de 20 anos e está longe de alcançar uma solução. 

A guerra e a atuação de uma ONG brasileira para ajudar crianças órfãs

Desde 2021, a Fraternidade sem Fronteiras, organização humanitária e não-governamental, com sede em Campo Grande (MS), atuação brasileira e internacional em oito países, inaugurou o projeto Órfãos do Congo, que tem o objetivo de acolher crianças órfãs em situação de extrema vulnerabilidade pelas ruas da República Democrática do Congo.

“Atualmente o Projeto Órfãos do Congo acolhe mais de 170 crianças com idade entre três e sete anos, mas também são resgatados recém-nascidos e adolescentes. As ações são de acolhimento, como retirar as crianças das ruas, levar para um local seguro com alimentação, higiene, moradia, educação e lazer. É uma iniciativa voltada principalmente para crianças, jovens e mães”, descreve Maick Mutej, coordenador do Projeto Órfãos do Congo.

A ONG Fraternidade sem Fronteiras realiza obras com o objetivo de ampliar o acolhimento. Com a conclusão, será possível abrigar mais 120 crianças e oferecer proteção, moradia, cuidados com a saúde, educação, três refeições diárias, lazer, canto coral, teatro e poesia.

Como ajudar?

Todo o acolhimento e trabalho do Projeto Órfãos do Congo são feitos por doações que podem ser realizadas de quatro maneiras:  apadrinhamento, doação única, aquisição de número para o sorteio de um carro 0 KM ou por comemoração solidária.

O apadrinhamento é uma doação mensal e contínua a partir de R$25 por meio do link: fraternidadesemfronteiras.colabore.org/apadrinhecongo.
Já a doação única pode ser feita a partir de R$10 pelo site: fraternidadesemfronteiras.colabore.org/doecongo.

A terceira maneira de ajudar é participar  de uma iniciativa de voluntários e adquir um número para concorrer a um carro 0KM a partir de R$20. Basta entrar em contato com pelo telefone: (81)99875-9954.

Ainda é possível contribuir com a realização de uma comemoração solidária, direcionando as doações para o projeto Órfãos do Congo. A FSF disponibiliza uma maneira de fazer com um link personalizado:  www.fraternidadesemfornteiras.org.br/comemoracao-solidaria.

Para mais informações, basta entrar em contato pelo telefone 4003-5538.

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Sobre o Projeto Órfãos do Congo –  Desde novembro de 2021, a Fraternidade sem Fronteiras tem o objetivo de acolher crianças órfãs em situação de extrema vulnerabilidade pelas ruas da República Democrática do Congo. No primeiro ano de fundação, o projeto administrou um centro de acolhimento oferecendo alimentação, moradia, educação, assistência médica e segurança para crianças órfãs, mães e gestantes.  Em outubro de 2022, a FSF inaugurou o primeiro Centro de Acolhimento com sede própria na cidade de Bukavu com capacidade para 140 pessoas. O local tem quartos e cozinha amplos e área externa para atividades recreativas e educacionais para os acolhidos. Além disso, abasteceu com água potável cerca de 2 mil residências em Bukavu beneficiando mais de 15 mil pessoas.

Sobre a Fraternidade sem Fronteiras – A FSF é uma Organização humanitária e Não-Governamental, com sede em Campo Grande (MS) e atuação brasileira e internacional, com atuação em oito países, em alguns dos lugares mais pobres do planeta, com esperança e profundo desejo de ajudar, acabar com a fome e construir um mundo de paz. A instituição possui 74 polos de trabalho, mantém centros de acolhimento, oferece alimentação, saúde, formação profissionalizante, educação, cultivo sustentável, construção de casas e ainda, abraça projetos de crianças com microcefalia e doença rara. Todos os trabalhos são mantidos por meio de doações e principalmente pelo apadrinhamento. Mais informações podem ser obtidas pelo site http://www.fraternidadesemfronteiras.org.br

Sobre a FSG – A FSG é o Centro Universitário da Serra Gaúcha. Reconhecida há mais de 20 anos pelo seu protagonismo no desenvolvimento de propostas educacionais instigadoras, é referência no cenário da educação superior. Oferece centenas de cursos de Graduação, Pós-graduação e Extensão presenciais e a distância. A Instituição integra o grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos mais representativos do País, que reúne instituições academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados.  Visite: www.fsg.edu.br e conheça o Nosso Jeito de Ensinar.