Rio de Janeiro – O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, revelou ter recebido garantias de que o crime poderia ser cometido sem repercussões, pois a Polícia Civil do Rio “estava toda na mão”.
A informação veio à tona após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar o sigilo da delação premiada de Lessa na última sexta-feira (7).
O que você precisa saber:
- Confissão: Ronnie Lessa detalha esquema de proteção policial
- Garantias: Oferecidas por Domingos Brazão, ex-conselheiro do TCE-RJ
- Envolvimento: Ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa
- Requisitos: Crime não poderia ser associado à Câmara Municipal do Rio
Revelações da Delação
Segundo Ronnie Lessa, Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), assegurou a ele e a Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como “Macalé”, que a Delegacia de Homicídios (DH) estava controlada. “Ele [Domingos] disse que a DH ‘tava na mão’, que a DH estaria já acertada,” afirmou Lessa.
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Envolvimento de Rivaldo Barbosa
Lessa revelou que Brazão referia-se a um acordo com o então chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. “Ele [Domingos] não falava de outro delegado, nem de inspetor, nem de ninguém. Ele falava exclusivamente de Rivaldo Barbosa,” disse Lessa. Barbosa teria imposto a condição de que o assassinato não poderia ser associado à Câmara Municipal do Rio de Janeiro para evitar a hipótese de um crime político nas investigações.
Situação Atual
Rivaldo Barbosa está preso desde 24 de março, acusado de envolvimento no assassinato de Marielle, junto com os irmãos Brazão. Barbosa é suspeito de ter usado seu cargo para proteger os mandantes do crime, assegurando que a investigação não fosse concluída.
Em depoimento à Polícia Federal (PF) na última segunda-feira (3), Rivaldo Barbosa negou qualquer envolvimento no crime e afirmou não ter vínculo com os irmãos Brazão.