BRASÍLIA – Dois médicos mencionados pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) contestaram a versão do parlamentar sobre um caso de aborto envolvendo uma menina de 10 anos, vítima de estupro no Espírito Santo em 2020. O procedimento foi realizado em Recife, Pernambuco.
O que você precisa saber
- Sóstenes Cavalcante alegou recusa dos médicos plantonistas do Cisam em realizar o aborto.
- Olímpio Barbosa de Moraes Filho e Nésio Fernandes refutaram a versão apresentada pelo deputado.
- O aborto foi realizado pela equipe de plantonistas do hospital, sem resistência.
Versão do Deputado
Segundo Sóstenes Cavalcante, os médicos do plantão do Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros (Cisam) teriam se recusado a realizar o procedimento devido ao estado avançado da gravidez, de 23 semanas. O deputado afirmou que o diretor da unidade, Olímpio Barbosa de Moraes Filho, teria realizado o procedimento aplicando uma injeção de cloreto de potássio no coração do feto, causando sua morte instantânea.
Contestação dos Médicos
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Olímpio Barbosa de Moraes Filho desmentiu a versão do deputado. “Não fui eu que fiz o procedimento, foram os plantonistas. E não houve resistência da equipe”, afirmou. Moraes acrescentou que, como diretor da maternidade, não realiza procedimentos, mas cuida da gestão do hospital.
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Transferência da Menina
Nésio Fernandes, então secretário de saúde do Espírito Santo, também contestou a afirmação de Cavalcante sobre o uso de um jato particular para a transferência da menina. Segundo Fernandes, foi utilizado um avião de carreira.