As redes sociais volta e meia requentam discussões acerca de coisas miúdas. Desde Capitus, traições e Bentinhos até quem é mesmo a Tigresa de Caetano? Trazem entrevistas, citações, mas quem é que pode lutar contra a sanha imparável de discutir (e gerar engajamento), não é?
Tema que não é tão alvo assim de discussão, ainda que notado por Alberto Villas em 2021, é a quantidade de nomes citados por Caetano em suas letras. São mais de 300 repetidos em toda sua discografia! Música a música, porém, a coisa muda um pouco de figura. Algumas canções têm realmente mais citações que a média. Por exemplo, quem reparou na quantidade de figuras ilustres em “Meu coco” e “Sem samba não dá” do último álbum não se chocou porque também deve se lembrar que há “Pra ninguém” em Livro (1997) –que com quase 30 referências é, cá entre nós, com certeza, para muita gente.
Dentre as quase 100 músicas que citam pessoas, há espaço para tudo: nomes que se tornam verbos, nomes que se tornam adjetivos e nomes inseridos na bruta como o do poeta Olavo Bilac em Alexandrino. Há ainda aproximadamente 20 músicas cujos títulos são nomes próprios, menções a figuras como Lobão ou criações como GilGal e Julia/Moreno. E uma dessas músicas é em homenagem à mulher mais citada pelo baiano: Maria Bethânia.
LEIA TAMBÉM
Maria Bethânia aparece claramente em 6 letras, mais frequentemente denominada Bethânia. Ela, que enaltece Caetano como senhor do seu barco, teve parte essencial na trajetória do artista, também por ser uma de suas principais intérpretes e, como podemos ver, assim é reconhecida em composições ao longo da vida do irmão. Em meio a anúncios de aposentadoria (Gilberto Gil prepara a última turnê), vida longa e ativa aos irmãos Veloso!
