Militares envolvidos em manifesto político que pedia golpe responderão a inquérito

Exército identifica autores de carta pró-golpe e inicia investigações formais

Redacao
Por Redacao
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Brasília – O Exército Brasileiro finalizou uma sindicância que identificou os responsáveis pela chamada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa”, um documento que clamava por um golpe militar. O manifesto, assinado por 37 militares, foi entregue ao então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, em novembro de 2022. Quatro oficiais que participaram da redação da carta agora enfrentam um Inquérito Policial Militar (IPM), pois há indícios de práticas ilegais.

Resumo da Notícia

  • Identificação dos Autores: O Exército identificou 37 signatários do manifesto, incluindo quatro que redigiram o texto.
  • Inquérito Policial Militar: Os quatro principais autores, sendo dois coronéis da ativa e dois da reserva, responderão a um IPM com prazo inicial de 30 dias.
  • Possíveis Punições: Dos 37 envolvidos, 26 receberam punições disciplinares, variando de advertências a detenções.

Detalhes das Investigações

O Ministério Público Militar (MPM), responsável pela supervisão das investigações, pode solicitar novas diligências, o que pode resultar na inclusão de mais nomes entre os investigados. A apuração revelou a participação de 12 coronéis, 9 tenentes-coronéis, 1 major, 3 tenentes e 1 sargento. O objetivo declarado do documento era pressionar o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, para apoiar uma tentativa de golpe que visava manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições.

Reações Internas

Militares entrevistados pela imprensa afirmaram que não se recordam de outro episódio recente em que um manifesto político resultou em inquéritos policiais dentro das Forças Armadas, sugerindo um movimento atípico e de grande relevância para a hierarquia militar. A carta, que visava influenciar decisões em um momento de transição de governo, foi considerada ilícita, configurando uma tentativa de pressionar o comando do Exército.


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Contexto e Repercussões

A carta surgiu em um período de alta tensão política, logo após o segundo turno das eleições presidenciais, e visava fomentar uma narrativa de fraude eleitoral. A descoberta do manifesto ocorreu durante as investigações conduzidas pela Polícia Federal, que encontrou o documento no celular de Mauro Cid. O então comandante Freire Gomes confirmou que a carta foi uma tentativa clara de interferir no comando militar, culminando na decisão de abrir uma sindicância.

Perguntas Frequentes sobre o Inquérito Militar

Qual é o objetivo do inquérito?
O IPM visa investigar os indícios de crime por parte dos militares que redigiram e assinaram a carta pró-golpe.

Quem está sendo investigado?
Quatro oficiais que redigiram o manifesto estão formalmente sob investigação, enquanto 26 signatários já receberam punições disciplinares.

Quais são as possíveis punições?
As punições variam de advertências e repreensões a detenções, dependendo da gravidade da infração.

Qual o papel do Ministério Público Militar?
O MPM supervisiona as investigações e pode solicitar mais diligências, assegurando que todos os envolvidos sejam adequadamente investigados.

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