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Brasília – Uma Reportagem do jornal Estado de S. Paulo, o Estadão, revela que R$ 55 milhões dos Fundos Eleitoral e Partidário podem ter sido direcionados para 2.771 candidaturas de vereadores que receberam mais de R$ 1 mil por voto nas eleições deste ano.

Muitos desses candidatos tiveram menos de 100 votos, levantando suspeitas de mau uso de verba pública. O caso mais extremo envolve o candidato Flávio Araújo, do PSD-AM, que recebeu R$ 150 mil, mas teve apenas dois votos.

A maioria dessas candidaturas era de mulheres, e os partidos mais envolvidos foram o PL, PSD e PP. As candidaturas ocorreram em todo o Brasil, com a Bahia, Rio de Janeiro e Amazonas sendo os estados com mais ocorrências.

Casos de candidaturas suspeitas

Em Floriano (PI), a candidata Chica Feitoza, do Progressistas, recebeu R$ 120 mil do Fundo Eleitoral, mas terminou a eleição com apenas oito votos. Situações semelhantes aconteceram em diversos estados. Os dados da Justiça Eleitoral indicam que os partidos repassaram grandes somas a candidatos que pouco investiram em campanhas visíveis, sem sinais de atuação nas redes sociais ou material de divulgação.

Kelly Gurjão, candidata do PL em Santana (AP), recebeu R$ 85 mil e teve apenas um voto. Cláudia Bengaly, no Rio de Janeiro, gastou R$ 100 mil e teve 12 votos. Esses exemplos mostram como o uso dos fundos públicos, destinados a financiar campanhas, foi distorcido em várias partes do país.

Algumas das candidaturas com votos mais caros do país

Valor recebido em verba pública dos fundos Eleitoral e Partidário. Gastos já declarados à Justiça Eleitoral até o momento

NomePartidoEstadoCidadeQuanto recebeu do Fundão (R$)Gastos declarados até agora (R$)VotosRecebido / votos (R$)Gasto / votos (R$)
Kelly GurjãoPLAPSantana85.00049.250185.00049.250
Alana SantosPSDCEItapipoca70.00058.400417.50014.600
Brenda CarvalhoPodemosMASão Luís300.000300.0001816.66716.667
Chica FeitozaPPPIFloriano120.000111.870815.00013.984
Rita Alves da Silva, a RitinhaPSDBAEunápolis60.00057.560512.00011.512
WalPastor AlfaiaUniãoPAAltamira68.46036.579611.4106.096
Pastora RobertaPodemosPEJaboatão dos Guararapes100.000107.100911.11111.900
Zeni AlmeidaPSDBADias D’Ávila200.000199.940229.0919.088
Claudia BengalyPPRJSão São do Meriti100.00062.266128.3335.189
Iná Dias Sousa KreinPSDBADias D’Ávila200.000200.000395.1285.128
Nilzete do BaúPSDBAGuanambi

Suspeita de má fé e acusações

Em Manaus, o PSD local acusou publicamente o candidato Flávio Araújo de agir com “indiscutível má fé” após ele declarar que gastou apenas R$ 10 mil dos R$ 150 mil recebidos do fundo eleitoral, mas obteve apenas dois votos. A legenda já sinalizou que buscará a Justiça para reaver os recursos.

Outros partidos também afirmam que o controle do uso dos recursos é responsabilidade dos candidatos e que qualquer irregularidade deve ser investigada pelas autoridades eleitorais.

Participação feminina e problemas

A obrigatoriedade de destinar parte do fundo eleitoral para candidaturas femininas está no centro da questão. No caso do PSD da Bahia, o partido que mais elegeu prefeitos no estado, 39 das 40 candidatas que receberam mais de R$ 1 mil por voto eram mulheres. Muitas dessas candidatas tiveram menos de 20 votos, apesar de terem recebido valores expressivos.

Declaração de partidos

Os diretórios nacionais dos partidos, incluindo o PSD, afirmam que cumprem a legislação eleitoral e que a responsabilidade pela prestação de contas cabe às candidaturas. O advogado Fernando Neisser, especialista em direito eleitoral, destacou que os candidatos que usarem notas fiscais frias para justificar os gastos podem responder por apropriação indébita eleitoral.

O que são candidaturas “laranjas”?

Candidaturas “laranjas” são aquelas que recebem grandes quantias de recursos, mas demonstram pouco ou nenhum esforço de campanha e obtêm poucos votos.

Quantos candidatos estão sob suspeita?

Foram identificadas 2.771 candidaturas, a maioria de vereadores, que receberam mais de R$ 1 mil por voto nas eleições de 2023.

Quais partidos estão envolvidos?

Os partidos com mais casos são o PL, PSD e PP, com destaque para os estados da Bahia, Rio de Janeiro e Amazonas.

O que acontece com os recursos não utilizados?

Os recursos não utilizados devem ser devolvidos à União, e irregularidades podem levar à investigação pelo Ministério Público Eleitoral.

Com informações do Estadão


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JR Vital - Diário Carioca

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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