![Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe, em Moscou, em 9 de outubro de 2023 [Sefa Karacan/Agência Anadolu]](https://uploads.diariocarioca.com/2024/10/rQ5PzMrC-egito.webp "Egito perde US$6 bi de Suez em meio ao genocídio em Gaza, estima Liga Árabe | Diário Carioca")
Cairo – O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, revelou que o Egito já sofreu perdas de cerca de US$ 6 bilhões devido ao embargo imposto pelo grupo houthi no Mar Vermelho, em meio ao crescente conflito no Oriente Médio. Em entrevista à televisão egípcia neste domingo (13), Aboul Gheit também destacou os prejuízos sofridos pela Arábia Saudita e pelo Sudão, que enfrenta uma guerra desde abril de 2023.
O bloqueio, que afeta rotas de navegação estratégicas, foi imposto pelos houthis, aliados do Irã, em retaliação à ofensiva israelense em Gaza e ao apoio do Egito ao cerco militar contra a região. Empresas de transporte marítimo passaram a redirecionar suas cargas para rotas mais longas ao redor do Cabo da Boa Esperança, aumentando os custos e os impactos econômicos na região.
Tensões no Oriente Médio
Segundo Aboul Gheit, o Oriente Médio se encontra em um estado de alerta máximo, descrito como uma “panela de pressão”. Ele alertou que o Irã continua a demonstrar suas capacidades militares através de alianças regionais, e reiterou que Teerã “não vai parar enquanto houver confrontação com o Ocidente”, particularmente no contexto da ofensiva israelense contra Gaza e o Líbano.
No dia 1º de outubro, o Irã lançou uma bateria de mísseis contra Israel, marcando a segunda vez que o país realizou esse tipo de ataque na história recente. O primeiro ocorreu em abril de 2023, em resposta a assassinatos políticos orquestrados por Tel Aviv e à invasão israelense ao Líbano.
Embargo no Mar Vermelho e impactos econômicos
O bloqueio no Mar Vermelho, lançado em novembro pelo grupo houthi, afetou diretamente a navegação no Golfo de Aden e no estreito de Bab al-Mandab. O embargo, em solidariedade à causa palestina, teve como alvo navios ligados a Israel, prejudicando também o Egito, cujo governo liderado pelo presidente Abdel Fattah el-Sisi é parceiro da campanha militar contra Gaza. As restrições impostas no Mar Vermelho forçaram muitas empresas a desviar suas rotas, resultando em um aumento significativo dos custos de transporte.
Além do Egito, Israel também enfrentou um impacto econômico significativo, agravado pelo primeiro aniversário do conflito em Gaza, que já resultou em 42 mil mortos, 98 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Reação internacional
Em meio a esse cenário, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha realizaram bombardeios no Iêmen em defesa de Israel. A campanha militar israelense continua em desacato à resolução por cessar-fogo emitida pelo Conselho de Segurança da ONU, e o país também enfrenta um processo no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, por genocídio, após uma denúncia apresentada pela África do Sul em janeiro.
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Perguntas frequentes sobre o embargo no Mar Vermelho
O que causou o embargo no Mar Vermelho?
O embargo foi imposto pelos houthis, em solidariedade à causa palestina e em retaliação à ofensiva israelense em Gaza e ao apoio do Egito ao cerco militar contra a região.
Quais os impactos econômicos do bloqueio?
O Egito perdeu cerca de US$ 6 bilhões, e empresas de navegação precisaram redirecionar suas cargas para rotas mais longas, aumentando os custos. Arábia Saudita e Sudão também sofreram prejuízos.
Como o Irã está envolvido?
O Irã, aliado dos houthis, tem intensificado sua presença militar na região, especialmente após lançar ataques contra Israel como resposta à escalada de conflitos no Líbano e Gaza.
Qual é a situação em Gaza e no Líbano?
Gaza enfrenta uma crise humanitária com mais de 42 mil mortos e dois milhões de desabrigados. No Líbano, os ataques israelenses deixaram 2.100 mortos e 1.2 milhão de deslocados.
