Bolsonarista chora em depoimento no STF sobre pichação e tentativa de golpe

Débora Rodrigues dos Santos alega ter sido influenciada a escrever a frase na estátua 'A Justiça' durante os atos de 8 de janeiro
27 de março de 2025
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Débora Rodrigues dos Santos concedeu depoimento ao juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes Foto: Reprodução/STF
Débora Rodrigues dos Santos concedeu depoimento ao juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes Foto: Reprodução/STF

Brasília – A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, presa por pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça” em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos de 8 de janeiro de 2023, chorou ao prestar depoimento. A declaração ocorreu em novembro de 2024 e tornou-se pública após o ministro Alexandre de Moraes retirar o sigilo do processo.

Durante o interrogatório, Débora afirmou que estava apenas tirando fotos na Praça dos Três Poderes quando um desconhecido sugeriu que ela escrevesse a frase. “Achei os prédios muito bonitos. Esse indivíduo que nunca vi na vida falou para eu pichar a estátua e eu caí. Eu nunca tinha ido a Brasília”, disse.

A cabeleireira alegou que agiu sem pensar e que não tinha consciência do valor simbólico da estátua. “O calor do momento alterou minha faculdade mental. Quando me deparei lá, não fazia ideia da importância financeira e simbólica do monumento”, declarou.

Ação durante os atos golpistas

Os registros mostram Débora pichando a estátua com um batom vermelho, repetindo a frase dita pelo ministro Luís Roberto Barroso. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que a cabeleireira aderiu ao movimento golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ela foi presa em 17 de março de 2023, durante a 8ª fase da Operação Lesa Pátria. A investigação aponta que os manifestantes pretendiam invadir prédios públicos e depredar patrimônio tombado.

Julgamento no STF

O julgamento de Débora começou na semana passada na Primeira Turma do STF. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação a 14 anos de prisão por cinco crimes. O ministro Flávio Dino acompanhou o voto.

No entanto, o ministro Luiz Fux pediu vista e interrompeu a análise do caso. “Tenho que revisar essa dosimetria. A fixação da pena cabe ao magistrado”, afirmou.


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Os crimes imputados

A cabeleireira responde por:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado;
  • Associação criminosa armada.

Entenda o caso: pichação na estátua ‘A Justiça’

  • Quem é Débora Rodrigues dos Santos?
    • Cabeleireira bolsonarista acusada de participar dos atos de 8 de janeiro.
  • O que ela fez?
    • Pichou a estátua “A Justiça” com a frase “Perdeu, mané”.
  • Quando ocorreu?
    • Durante os ataques golpistas em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
  • Por que foi presa?
    • Acusada de crimes contra o Estado Democrático de Direito.
  • Qual a possível pena?
    • O STF analisa uma condenação de 14 anos de prisão.

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