Rio de Janeiro, 30 de maio de 2025 – A cidade do Rio de Janeiro registrou nesta sexta-feira o dia mais frio do ano, com temperatura máxima de apenas 21,4 °C, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A medição foi feita na estação de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e representa um recuo drástico em relação aos termômetros que, há pouco mais de uma semana, flertavam com o calor fora de época.
Temperaturas despencam com a chegada da frente fria
O frio no Rio de Janeiro é consequência direta da primeira grande frente fria de 2025, que trouxe consigo uma densa massa de ar polar. Além da máxima tímida, a cidade também enfrentou uma mínima de 18,1 °C, consolidando uma mudança abrupta na dinâmica climática da região. Para efeito de comparação, o recorde anterior de temperatura mais baixa havia sido 24,3 °C, anotado em 21 de abril.
De acordo com os meteorologistas do Inmet, essa frente fria é típica da transição entre o outono e o inverno, mas a intensidade da queda térmica surpreendeu até os profissionais mais experientes. Apesar de não haver previsão de chuvas intensas, a umidade relativa do ar e o céu encoberto mantêm o clima úmido e desconfortável, sobretudo para quem depende de transporte público ou precisa trabalhar ao ar livre.
Fim de semana deve seguir com clima ameno
Para o sábado, 31 de maio, o Inmet prevê uma ligeira recuperação nas temperaturas, com máxima de até 26 °C e mínima mantendo-se nos 17 °C. Apesar do aquecimento pontual, o fim de semana seguirá com sensação térmica inferior aos padrões históricos do Rio de Janeiro, onde, mesmo durante o outono, o calor costuma prevalecer.
A virada no clima também altera a rotina de moradores e turistas, afetando desde o vestuário até os hábitos de lazer típicos das praias cariocas. Agasalhos voltaram a ocupar espaço nas ruas e os quiosques sentiram queda no movimento em comparação com os dias quentes da semana anterior.
População vulnerável exige atenção redobrada
As mudanças bruscas no tempo impactam de forma desigual diferentes setores da população. Crianças pequenas, idosos e pessoas em situação de rua compõem os grupos mais suscetíveis aos efeitos adversos das temperaturas mais baixas. Serviços sociais e abrigos municipais estão sendo pressionados a ampliar o acolhimento emergencial diante do aumento da demanda por proteção contra o frio.
Em cidades como o Rio de Janeiro, onde o clima ameno é a norma, quedas acentuadas de temperatura frequentemente revelam deficiências estruturais em termos de política de abrigo, saúde preventiva e planejamento urbano para fenômenos climáticos atípicos.
Frente fria revela fragilidade da cidade frente à variabilidade climática
O episódio atual, embora ainda dentro da normalidade meteorológica, é um lembrete da vulnerabilidade da cidade diante da variabilidade climática crescente. O outono carioca, marcado historicamente por calor persistente, está se tornando mais imprevisível, exigindo maior atenção das autoridades e da população.
A alternância entre dias abafados e incursões súbitas de frio escancara a urgência de acompanhar com rigor os boletins meteorológicos e adotar práticas cotidianas compatíveis com o novo perfil climático. O Inmet recomenda atenção especial nos primeiros horários do dia e à noite, quando a sensação térmica tende a ser ainda mais baixa devido ao vento e à umidade.
Estação mais fria ainda não chegou, mas os sinais são claros
Embora o inverno só comece oficialmente em 21 de junho, o comportamento do tempo nos últimos dias indica que 2025 pode registrar um período frio mais persistente do que os anos anteriores. O sistema meteorológico nacional monitora o avanço de outras frentes frias pelo sul e sudeste do Brasil, e novos episódios semelhantes não estão descartados para as próximas semanas.
Para o carioca habituado ao calor quase permanente, a queda nas temperaturas é mais do que uma mudança de figurino: é uma readequação de ritmo, de expectativas e de cuidados com a saúde. Manter-se aquecido, hidratado e atento às informações confiáveis é o melhor caminho para atravessar esse novo ciclo climático que se insinua, mesmo antes do inverno começar.