18 de junho de 2025, Brasília (DF) — O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (18) a prisão de Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão atinge diretamente o núcleo bolsonarista investigado por participar da tentativa de golpe de Estado no Brasil.
O motivo? Descumprimento explícito de medidas cautelares impostas no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa ligada aos atos golpistas.
“Desprezo pelo STF”
No despacho, Moraes foi categórico: o comportamento de Câmara revela “completo desprezo por esta Suprema Corte e pelo Poder Judiciário”.
A própria defesa do ex-assessor apresentou elementos que, segundo o ministro, comprovam as violações: uso de redes sociais, direta ou indiretamente, e manutenção de contato com outros investigados, inclusive por intermédio de terceiros — ambos proibidos por decisão judicial anterior.
Mais lenha na fogueira golpista
De acordo com o STF, os indícios apontam que Marcelo Câmara seguiu atuando para alimentar o núcleo bolsonarista, que é alvo central da Petição 12.100/DF, um dos principais processos que investigam a tentativa de golpe.
O ministro também deixou claro que a reincidência nas práticas ilícitas agrava a situação processual do ex-assessor, que agora volta para trás das grades.
Advogado também vira alvo
A decisão de Alexandre de Moraes não parou por aí. O ministro determinou também a abertura de um inquérito contra o advogado Eduardo Kuntz, defensor de Marcelo Câmara.
O STF identificou indícios de que o advogado tentou obstruir as investigações, ao buscar acessar, de forma indevida, informações sigilosas do acordo de colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, outro personagem-chave no esquema golpista.
O despacho é claro: “A tentativa, por meio de seu advogado, de obter informações então sigilosas do acordo de colaboração premiada de Mauro César Barbosa Cid indica o perigo gerado pelo estado de liberdade do réu Marcelo Costa Câmara, em tentativa de embaraço às investigações.”
Mais pressão sobre Bolsonaro e seu entorno
A prisão de Marcelo Câmara aperta ainda mais o cerco sobre Jair Bolsonaro e seus aliados mais próximos. O ex-assessor fazia parte do núcleo restrito que circulava no Palácio do Planalto durante o governo anterior e figura como peça relevante nas investigações sobre a tentativa de ruptura democrática.
A decisão de Moraes expõe não só o descaso dos investigados com o Judiciário, mas também a estratégia reiterada de minar as apurações através de redes, desinformação e tentativas de obstrução.
O Diário Carioca seguirá acompanhando todos os desdobramentos deste caso que expõe as entranhas do projeto golpista no Brasil.
O Carioca Esclarece:
A Petição 12.100/DF é uma das principais frentes do Supremo Tribunal Federal na apuração das tentativas de golpe e de desestabilização das instituições democráticas no país.
