22 de junho de 2025, Washington (EUA) — Em meio à escalada de tensões no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu de forma explícita a possibilidade de uma mudança de regime no Irã, um dia após ordenar uma série de bombardeios contra instalações militares iranianas.
Por meio de suas redes sociais, Trump afirmou: “Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o atual regime iraniano não for capaz de fazer o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime?”.
A declaração não deixa dúvidas: mais do que uma retórica agressiva, trata-se de uma ameaça direta contra a soberania iraniana. O discurso reacende velhas práticas imperialistas dos Estados Unidos, que, historicamente, impõem sanções, promovem intervenções e financiam desestabilizações em países que não se submetem aos seus interesses econômicos e geopolíticos.
Política externa de agressão declarada
Desde que reassumiu a presidência, Trump vem ampliando sua política externa de confronto, especialmente contra nações que resistem à ordem unipolar imposta por Washington. O Irã, que há décadas se mantém como um dos principais polos de resistência à hegemonia norte-americana no Oriente Médio, volta a ser alvo prioritário.
Os bombardeios autorizados pelo governo dos EUA atingiram, no sábado, alvos estratégicos das Forças Armadas iranianas. As autoridades de Teerã classificaram a ação como “ato de guerra” e garantiram que haverá resposta proporcional e no tempo oportuno.
A fala de Trump, longe de ser um deslize, representa uma doutrina de agressão aberta. É a continuidade de uma lógica imperialista que desrespeita o direito internacional e coloca em risco não apenas a estabilidade regional, mas também a paz mundial.
O que está em jogo
Por trás das ameaças, estão interesses econômicos e geopolíticos claros. O Irã, além de deter uma das maiores reservas de petróleo do planeta, desempenha papel central na articulação de uma ordem multipolar, ao lado de potências como China e Rússia. Para os Estados Unidos, enfraquecer Teerã significa tentar manter sua influência no Golfo Pérsico, controlar rotas energéticas e sufocar qualquer possibilidade de autonomia regional.
Ao mesmo tempo, Washington busca satisfazer seus próprios complexos industriais-militares, que lucram bilhões com guerras, ocupações e conflitos fabricados sob o pretexto de “democracia” e “liberdade”.
Irã promete resposta à altura
O governo iraniano reagiu imediatamente, condenando os ataques e as declarações de Trump. Em nota oficial, Teerã afirmou que “os Estados Unidos cruzaram mais uma linha vermelha” e que o país está pronto para defender sua soberania com todos os meios necessários.
Fontes do governo iraniano informaram que unidades de defesa foram mobilizadas em regiões estratégicas e que haverá resposta caso novas agressões sejam realizadas.
A cumplicidade do silêncio internacional
Diante da gravidade do cenário, a reação da chamada “comunidade internacional” tem sido marcada pelo silêncio cúmplice ou, no máximo, por declarações genéricas pedindo “contenção de ambas as partes” — uma postura que ignora o fato evidente de que a agressão partiu dos Estados Unidos.
A tentativa de impor uma mudança de regime no Irã não é apenas uma violação dos princípios da soberania nacional, mas também uma ameaça direta ao direito dos povos de escolherem seus próprios caminhos políticos, econômicos e culturais, sem ingerência externa.
