Brasília, 23 de junho de 2025 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino virou alvo de um pedido de impeachment articulado por parlamentares bolsonaristas justamente por cobrar transparência no uso de dinheiro público e exigir explicações sobre emendas bilionárias distribuídas sem critérios claros.
Ministro é atacado por combater falta de transparência
Em mais um capítulo da ofensiva bolsonarista contra o Supremo, parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) querem agora a saída de Flávio Dino, além de Alexandre de Moraes.
O motivo? Dino vem questionando, dentro do próprio STF, a falta de clareza sobre bilhões de reais em emendas parlamentares, muitas das quais seguem sendo distribuídas sem critérios públicos, sem rastreabilidade e com fortes indícios de uso político-eleitoral.
O crime de Dino? Exigir transparência
A gota d’água para os parlamentares foi a atuação de Dino na defesa da transparência sobre as chamadas “emendas de comissão paralelas”, um modelo ainda mais nebuloso que o antigo orçamento secreto.
Na última semana, Dino comandou uma audiência pública sobre a impositividade das emendas e pressionou o Congresso a esclarecer o destino de recursos bilionários, incluindo verbas do próprio Ministério da Saúde.
O resultado? Ao invés de responder aos questionamentos, setores do Congresso decidiram partir para o ataque e tentar calar quem investiga.
A lógica invertida do bolsonarismo no Senado
A ofensiva não acontece por acaso. Faz parte de uma estratégia mais ampla do bolsonarismo e aliados do Centrão, que tentam blindar seus próprios interesses orçamentários e transformar o Supremo em alvo político.
A meta do grupo é clara:
- Enfraquecer qualquer controle sobre o uso do dinheiro público;
- Manter o sistema de repasses opacos e sem transparência;
- E, ao mesmo tempo, desgastar o Judiciário às vésperas das eleições de 2026, quando tentam garantir maioria no Senado, órgão que analisa pedidos de impeachment contra ministros do STF.
Escândalo das emendas bilionárias está no centro do embate
O que está em jogo são bilhões de reais movimentados por meio das emendas de comissão, uma nova versão do orçamento secreto, sem mecanismos claros de fiscalização.
Flávio Dino, ao cobrar respostas sobre como esse dinheiro está sendo distribuído, quem recebe e por quê, acabou batendo de frente com os interesses dos parlamentares que operam essa engrenagem.
O resultado é uma tentativa explícita de transformar a luta contra a corrupção em motivo para criminalizar quem fiscaliza.
STF sob ataque: quem perde é a sociedade
A tentativa de impeachment não é apenas um ataque a Flávio Dino ou a Alexandre de Moraes. É uma ofensiva direta contra qualquer esforço de controle, fiscalização e transparência do dinheiro público.
Se prevalecer essa lógica, o recado é claro:
No Brasil de hoje, cobrar explicações sobre o uso de dinheiro público virou crime — para quem tem muito a esconder.
🛈 O Carioca Esclarece:
Emendas de comissão paralelas são repasses bilionários feitos sem critérios transparentes, frequentemente usados como moeda de troca política no Congresso.
FAQ – Perguntas Frequentes
1. Por que estão pedindo o impeachment de Flávio Dino?
Por ele exigir transparência no uso de bilhões em emendas parlamentares, um tema que desagrada quem se beneficia da falta de controle.
2. Isso é legal?
O pedido pode ser protocolado, mas sua tramitação depende exclusivamente do presidente do Senado, que decide se aceita ou arquiva.
3. O que está em jogo?
Mais do que um embate entre Judiciário e Congresso, está em disputa o direito da sociedade de saber como o dinheiro público é usado e quem se beneficia dele.
