Começaram nesta semana, no Rio de Janeiro, as filmagens de “Apenas 3 Meninas”, novo longa da diretora Susanna Lira, que dramatiza a luta real de três adolescentes da Zona Norte carioca contra a pobreza menstrual. O filme é uma coprodução da PANORÂMICA, ELO STUDIOS e PARAMOUNT PICTURES BRASIL, com estreia prevista para 2026.
Enredo inspirado em fato real: o combate à pobreza menstrual
Em 2020, diante de dados chocantes — como o de que uma em cada quatro adolescentes brasileiras não têm acesso a absorventes —, três jovens decidiram agir. Amanda, Bia e Maria Fernanda mobilizaram a escola, as comunidades e parlamentares e inspiraram a primeira lei estadual do país que garante a distribuição gratuita de absorventes, sancionada em 2021 na Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ).
O filme transforma essa realidade em ficção com personagens inspiradas nas jovens ativistas. Mel Maia, Lívia Silva e Letícia Braga interpretam Amora, Irene e Luana, protagonistas da história.
Elenco de peso e direção engajada
Com direção de Susanna Lira (“Torre das Donzelas”, “Rotas do Ódio”), o elenco também conta com Milhem Cortaz, Juliana Alves, Shirley Cruz, Roberta Rodrigues e Nicole Orsini.
“Apenas 3 Meninas mostra como três adolescentes sem acesso a itens básicos de higiene transformam a própria vida e a da comunidade com coragem e solidariedade”, afirma Susanna.
A diretora, conhecida por trabalhos que entrelaçam cinema e justiça social, celebra a oportunidade de dar visibilidade a um tema invisibilizado pelas elites e pelos meios tradicionais de comunicação.
Produção com DNA de impacto social
Mara Lobão, sócia da Panorâmica, afirma que o projeto nasceu de um incômodo pessoal:
“Não tirei essa história da cabeça até conseguir os direitos e os recursos para filmá-la. O filme é uma forma de mobilização por dignidade.”
Para Sabrina N Wagman, CEO da ELO STUDIOS, o filme vai além do entretenimento:
“Acreditamos no poder transformador do audiovisual. Esta história prova que a mudança começa com as meninas — mas precisa do engajamento de todos.”
O problema: Pobreza menstrual no Brasil
- 1 em cada 4 adolescentes brasileiras não tem acesso regular a absorventes, segundo dados do Unicef;
- 20% não têm água encanada em casa;
- 200 mil estudantes frequentam escolas sem banheiro;
- A ONU estima que uma em cada 10 meninas abandona as aulas durante o período menstrual em países em desenvolvimento.
O projeto de lei citado no filme foi proposto pelo deputado Renan Ferreirinha (PSB-RJ), aprovado por unanimidade na ALERJ e serviu de base para projetos similares em outras partes do país.
O Diário Carioca analisa
O lançamento de “Apenas 3 Meninas” acontece em um momento estratégico em que o cinema nacional precisa se reconectar com sua vocação política e social. A pobreza menstrual é uma das expressões mais cruéis da desigualdade no Brasil e, até recentemente, era ignorada pela mídia tradicional, pelo Estado e até por parte do movimento feminista institucional.
O filme atua como ferramenta de denúncia e inspiração — e deve ser tratado como peça educativa e de mobilização social, com potencial para impactar escolas, redes públicas de saúde e políticas públicas locais.
FAQ – Perguntas Frequentes
O filme é baseado em fatos reais?
Sim. A história foi inspirada em três adolescentes que, em 2020, lideraram uma mobilização popular que culminou na aprovação da primeira lei estadual brasileira de combate à pobreza menstrual.
Quem dirige o longa?
Susanna Lira, cineasta premiada por obras de forte cunho político e social.
Quando o filme será lançado?
A previsão é que Apenas 3 Meninas seja lançado em 2026, após o circuito de festivais.