Brasília, 28 de junho de 2025 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva de três homens condenados pela tentativa de explodir um caminhão-tanque nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro de 2022. A nova ordem de detenção relaciona o atentado frustrado aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A decisão, assinada nesta terça-feira (24), alcança George Washington de Oliveira, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza. Os três já haviam sido condenados pela Justiça do Distrito Federal e cumpriam pena em regime semiaberto.
Condenações já estavam em curso
As sentenças anteriores atribuíram ao empresário George Washington nove anos e quatro meses de prisão. Alan Diego recebeu pena de cinco anos e quatro meses. Já Wellington Macedo foi condenado a seis anos.
Os crimes incluem explosão, incêndio criminoso, porte ilegal de arma de fogo e uso de explosivos com risco à integridade pública. A tentativa de detonação do artefato foi contida pela atuação do esquadrão antibombas da Polícia Militar do Distrito Federal, que desarmou o dispositivo nas proximidades de um posto de combustíveis no Setor de Indústria e Abastecimento, em uma das áreas mais sensíveis da capital.
Nova prisão com base em risco à ordem pública
Ao justificar a prisão preventiva, Moraes argumentou que o episódio integra uma cadeia de ações extremistas coordenadas, que visavam abalar a estabilidade institucional do país. Para o ministro, o ato configurou uma “grave ameaça coletiva” e deixou claro o potencial destrutivo do grupo.
“Os meios eleitos foram suficientes para caracterizar grave ameaça, por anunciar catástrofe coletiva com recado persuasivo”, escreveu Moraes na decisão.
Além da condenação na Justiça local, os três também são alvos de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) junto ao STF por associação criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e atentado contra a segurança do transporte aéreo.
Ato não foi isolado, aponta Supremo
Para o Supremo, o plano de ataque no Natal de 2022 faz parte de uma escalada de ações antidemocráticas que culminaram nas invasões aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A narrativa oficial sustenta que houve coordenação entre diversos grupos extremistas, com apoio logístico e financiamento de empresários simpáticos à pauta golpista.
A nova prisão é preventiva, ou seja, sem prazo determinado. Os réus devem passar por audiência de custódia nos próximos dias.
Diário Carioca já havia alertado
O Diário Carioca acompanha de perto os desdobramentos judiciais dos ataques antidemocráticos e já havia noticiado o risco de reincidência entre os envolvidos. A nova ordem de prisão, embora posterior à condenação, se baseia na avaliação de que os acusados ainda representam ameaça à estabilidade democrática.
O Carioca Esclarece
Prisão preventiva é uma medida cautelar utilizada para proteger a ordem pública ou o processo penal, podendo ser decretada mesmo após condenação, caso haja novos elementos que justifiquem o risco de liberdade.
FAQ – Perguntas Frequentes
Quem são os três acusados pela tentativa de explosão no aeroporto?
George Washington de Oliveira, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza. Todos já foram condenados pela Justiça do Distrito Federal.
O que motivou a nova prisão preventiva?
A ligação do ato com os ataques golpistas de 8 de janeiro e o entendimento de que os réus ainda oferecem risco à ordem pública.
Eles já estavam presos?
Não. Cumpriam pena em regime semiaberto. Com a nova decisão, voltam ao regime fechado, sem prazo determinado.