Belo Horizonte — 9 de julho de 2025 | O Ministério Público Eleitoral denunciou Nikolas Ferreira por divulgar desinformação sobre Fuad Noman e desrespeitar ordem da Justiça.
Nikolas Ferreira é alvo de pedido de suspensão de direitos políticos por ataques a Fuad Noman
O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais protocolou denúncia contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o deputado estadual Bruno Engler (PL) e outros aliados por crimes eleitorais cometidos durante a campanha municipal de 2024, em Belo Horizonte. Segundo o MP, os parlamentares espalharam desinformação sobre o então prefeito Fuad Noman, com o objetivo de desgastar sua imagem na reta final da eleição.
No centro da controvérsia está um vídeo em que Nikolas e seus aliados acusam Fuad de ter escrito um “livro pornográfico”, fazendo referência ao romance “Cobiça”, lançado por ele em 2020. O trecho citado — que descreve um estupro coletivo fictício — foi retirado de contexto para sugerir envolvimento ou conivência do autor com o tema, o que o MP classificou como “fato sabidamente inverídico”.
Ataque coordenado, desinformação deliberada
O promotor Renato Augusto de Mendonça afirma que houve dolo claro na ação dos parlamentares. “O vídeo foi divulgado com conhecimento da sua falsidade e com o objetivo explícito de ferir a honra do então prefeito”, escreveu. A situação se agravou quando Nikolas, após decisão judicial que determinava a retirada do vídeo das redes sociais, não apenas descumpriu a ordem como zombou publicamente da sentença.
Em novo vídeo, o deputado repetiu as mesmas alegações e intensificou os ataques à Justiça Eleitoral, numa tentativa de provocar descrédito institucional e manter o conteúdo circulando nos dias que antecederam a votação. O comportamento, segundo o MP, demonstra “persistência na prática delitiva” e abuso da liberdade de expressão para fins eleitorais.
Outros denunciados e consequências
Além de Nikolas Ferreira e Bruno Engler, foram denunciadas a deputada estadual Delegada Sheila (PL-MG) e a então candidata a vice-prefeita Coronel Cláudia (PL), por disseminarem o mesmo conteúdo falso. A peça do MP pede, além da suspensão dos direitos políticos dos envolvidos, uma indenização por danos morais a ser destinada a instituições de caridade, conforme solicitado pela família de Fuad Noman.
Vale lembrar que a Justiça Eleitoral já havia concedido direito de resposta à campanha de Fuad ainda em 2024, reconhecendo que os vídeos divulgados disseminavam “informações descontextualizadas e inverídicas, com o claro intuito de prejudicar a imagem do candidato”.
Fuad Noman foi reeleito naquele pleito, mas faleceu em março de 2025. A denúncia do MP é tratada como emblemática por juristas e entidades de defesa da democracia, que apontam para a necessidade de responsabilização urgente de parlamentares que violam regras eleitorais com base em estratégias de desinformação.
O Diário Carioca Esclarece
- A denúncia não envolve censura: trata-se de responsabilização por prática deliberada de desinformação com fins eleitorais.
- O vídeo citado pelo MP manipula trecho literário fictício para sugerir apologia a crime, o que é juridicamente classificado como difamação.
- A liberdade de expressão não cobre mentiras eleitorais nem desobediência a decisões judiciais.
- O caso reforça a importância do combate à desinformação como pilar da integridade democrática.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Por que Nikolas Ferreira foi denunciado?
Por divulgar desinformação sobre Fuad Noman durante a campanha de 2024 e descumprir decisão judicial que ordenava a retirada do conteúdo.
O que dizia o vídeo publicado por Nikolas?
O vídeo afirmava que Fuad era autor de um “livro pornográfico”, distorcendo um trecho do romance “Cobiça”, publicado em 2020, para atacar sua imagem.
Quais as punições pedidas pelo MP?
Suspensão dos direitos políticos dos envolvidos e pagamento de indenização por danos morais, conforme desejo da família de Fuad.