Brasília, 10 de julho de 2025 — Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o Instagram de Donald Trump foi tomado por protestos. Diante da avalanche de mensagens, a equipe do ex-presidente dos EUA bloqueou os comentários.
Comentários bloqueados, indignação aberta
A retaliação digital brasileira veio com força. Mensagens de protesto, trechos do Hino Nacional e declarações de soberania inundaram o perfil de Donald Trump no Instagram após o anúncio do tarifaço de 50% contra produtos do Brasil. A reação espontânea e massiva levou a equipe do ex-presidente dos EUA a restringir os comentários em suas postagens.
Entre os ataques, destacavam-se frases como “deixe o Brasil em paz”, “o Brasil não é seu quintal” e versos da canção nacional: “desafia o nosso peito a própria morte”. Em tom nacionalista, usuários lembraram a história de resistência do país e apontaram o gesto de Trump como tentativa de intimidação colonial.
“Você não tem direito sobre o Brasil”
As manifestações carregaram um tom direto, orgânico e frontal. Um usuário resumiu o espírito da resposta: “Você não tem direito sobre o Brasil. Aqui a gente luta”. Outros reforçaram que não aceitarão “tutela de potência nenhuma” e chamaram Trump de “intervencionista fracassado”.
O protesto não se limitou à indignação retórica. Grupos organizados de influenciadores mobilizaram correntes online exigindo resposta diplomática e econômica imediata. O caso foi amplamente compartilhado no X (antigo Twitter), Threads e Facebook, ganhando destaque internacional.
Aliados de Bolsonaro defendem Trump
Enquanto a maioria das mensagens condenava a decisão unilateral dos EUA, uma parcela dos comentários nas redes saiu em defesa de Trump. Eram perfis alinhados a Jair Bolsonaro, que consideraram a tarifa uma “resposta legítima” ao julgamento do ex-presidente brasileiro no Supremo.
Esses usuários acusam Lula de “perseguir seu adversário político” e repetem a retórica de Trump sobre supostas violações da liberdade de expressão e do processo eleitoral.
Tarifa com viés político
A carta enviada por Donald Trump ao presidente Lula escancarou a motivação política da medida. Nela, Trump classificou o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe em 2023 como “vergonha internacional” e acusou o Brasil de “atacar eleições livres”.
Para analistas, a retórica do republicano mascara interesses estratégicos. Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, afirmou que “não seria a primeira vez que os EUA usam tarifas como arma política”.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, os EUA têm superávit comercial com o Brasil desde 2009, acumulando mais de US$ 90 bilhões. Ainda assim, os produtos brasileiros, como aço, alumínio e commodities agrícolas, seguem sendo alvos frequentes de taxações.
Soberania reafirmada no Planalto
O presidente Lula respondeu de forma clara: “O Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém”. O governo estuda acionar a Lei da Reciprocidade Econômica para retaliar medidas protecionistas.
Entidades do setor industrial e agropecuário já alertam para impactos diretos na geração de empregos e nas exportações. A crise deve ganhar novos capítulos nos próximos dias, com possíveis anúncios de contramedidas.
O Diário Carioca Esclarece
- Invasão de perfil: forma espontânea de protesto digital usada por usuários para pressionar figuras públicas.
- Lei da Reciprocidade Econômica: permite ao Brasil retaliar, com medidas equivalentes, políticas protecionistas de outros países.
- Superávit comercial dos EUA: desde 2009, os norte-americanos vendem mais ao Brasil do que compram, contradizendo as alegações de Trump.
- Bloqueio de comentários: recurso de redes sociais usado para limitar críticas públicas.
FAQ (Perguntas Frequentes)
Por que brasileiros protestaram contra Trump no Instagram?
Por causa da tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros, vista como ofensiva e injustificada.
O que o governo brasileiro pretende fazer?
Reagir com base na Lei da Reciprocidade, impondo medidas contra os EUA.
Quais produtos serão afetados pela tarifa?
Principalmente aço, alumínio e commodities agrícolas.
